Laudos grafotécnicos, revelaram que o documento no qual Gurgel apresentava , tem falsificação “grosseira” e “primária”.
Sob suspeita de que sua assinatura foi falsificada numa tentativa de barrar processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) formalizou, nesta segunda-feira, a renúncia definitiva à sua vaga no Conselho de Ética da Câmara.
Na carta, o deputado diz renunciar por “problemas familiares e de saúde”. “Situação que me exigirá tempo para tratamento. Por estes motivos, não estou apto para cumprir as funções designadas pelo cargo”, completa o parlamentar. Aliado do presidente de Cunha, o deputado Laerte Bessa (PR-DF) deve assumir a vaga de Gurgel, mas a indicação ainda não foi oficializada pelo partido.
Vinícius Gurgel estava ausente do conselho no dia 1º de março, quando o relatório pela continuidade do processo contra Cunha foi apreciado. Com a abdicação da vaga de titular no Conselho de Ética naquele dia, Gurgel abriu a possibilidade de que um parlamentar indicado pelo PR assumisse a sua vaga e votasse a favor de Cunha.
No entanto, dois laudos grafotécnicos, encomendados pelo jornal “Folha de S. Paulo”, revelaram que o documento na qual Gurgel apresentava uma falsificação “grosseira” e “primária” de sua assinatura. Por diferença de apenas um voto (11 contra 10), o Conselho decidiu dar continuidade ao processo que pede a cassação do presidente da Câmara.
Gurgel sustenta que assinatura é sua. Em sessão do colegiado, ele negou as acusações de fraude, e disse que faz tratamento psicológico há mais de três anos. O parlamentar alegou que estava sob efeito de álcool e remédio controlado — tarja preta — quando assinou o documento no início do mês.