Luis Miranda e irmão vão depor nesta sexta na CPI sobre Bolsonaro e Covaxin

Aliado do governo, Luis Miranda diz ter avisado ao presidente sobre as suspeitas de corrupção.

A CPI da Covid deu mais um passo na investigação sobre um suposto esquema de corrupção na compra, pelo governo federal, da vacina indiana Covaxin, do laboratório Bharat Biotech, representado no Brasil pela Precisa Medicamentos. Ontem, a comissão aprovou convites para ouvir o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda e do irmão dele, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Os dois comparecerão à sessão de amanhã do colegiado.

O convite tem como ponto de partida o depoimento de Luis Ricardo Miranda à Procuradoria da República do Distrito Federal, num inquérito civil público que apura suspeita de improbidade administrativa na Saúde na distribuição de cloroquina e na crise de oxigênio em Manaus. O servidor, chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, afirmou que houve “pressões anormais” em relação à Covaxin por parte da alta cúpula da pasta.

Além disso, o presidente Jair Bolsonaro atuou pessoalmente para a aquisição do imunizante. Como já revelado, em janeiro, o chefe do Planalto enviou uma carta ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmando que a candidata estava “entre as vacinas selecionadas pelo governo brasileiro”, mesmo sem qualquer aprovação regulatória e sem estar entre os imunizantes cujos estudos eram realizados no Brasil.

Luis Miranda firmou acordo com os senadores, na terça-feira, para comparecer à sessão ao lado do irmão.

O principal problema identificado pelo servidor do ministério seria o pagamento antecipado de parte do valor do contrato a uma terceira empresa, sediada em Cingapura, chamada Madison Biotech. O valor do pagamento era de US$ 45 milhões, segundo documento enviado à reportagem. “Botaram uma pressão gigante para passar de qualquer jeito, e ele segurou. Erro no processo é improbidade administrativa, é crime, então, não se insiste”, completou o parlamentar.

De acordo com o deputado, entre os que exerceram pressão no servidor estão o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco e o coronel Marcelo Pires, que chefiou a Diretoria de Programas da pasta, de janeiro a abril, sendo exonerado com a chegada do atual ministro, Marcelo Queiroga.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), disse ter acionado um delegado da PF que trabalha com a comissão para saber se foi aberto inquérito visando apurar as suspeitas.

De acordo com o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), há suspeitas de que a companhia de Cingapura foi usada como “laranja”. “Uma empresa que está em Cingapura, numa casinha. Essa, claramente, me parece que é uma empresa laranja, intermediária, interlocutora, esquema de lavagem de dinheiro”, enfatizou.

Deputado polêmico

Eleito em 2018, o deputado Luis Miranda está no primeiro mandato e é um parlamentar polêmico. Da tropa de choque governista, ele já foi processado por estelionato, em golpes que teriam sido aplicados no Brasil e nos Estados Unidos. Antes de ser eleito, ele morou em Miami e ensinava, nas redes sociais, como ganhar dinheiro fácil. Em 2019, uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, mostrou que Miranda era acusado de pegar dinheiro de usuários da internet.


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