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Pedido ocorre no mesmo dia em que é revelado pagamento de propina de R$ 52 milhões ao presidente da Câmara.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu oficialmente nesta quarta-feira (16) o afastamento do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O pedido de afastamento é para evitar que Eduardo Cunha utilize o cargo de forma a comprometer as investigações que enfrenta pelo Ministério Público e na própria Casa. Para Janot, Cunha vem utilizando de seu cargo para interesse próprio e fins ilícitos. Cunha é alvo de processo no Conselho de Ética e, utilizando-se de aliados e manobras, conseguiu adiar a votação de um parecer sete vezes consecutivas.
O Ministério Público listou 11 atos de Eduardo Cunha como deputado que teriam sido usados exclusivamente para evitar investigações contra ele. A Procuradoria conclui que o afastamento é necessário para “garantir a ordem pública” no Legislativo.
Eduardo Cunha também é alvo de investigações na Operação Lava Jato. Ele é acusado de ter contas secretas no exterior e de receber R$ 5 milhões em propina. Nesta quarta, reportagem exclusiva da revista ÉPOCA mostrou nova denúncia contra Cunha. Uma delação premiada acusa o deputado de receber R$ 52 milhões em propina, em 36 parcelas diferentes.
A decisão de afastar ou não Eduardo Cunha fica a cargo do Supremo Tribunal Federal (STF).
Após Janot pedir o afastamento de Cunha, o deputado se manifestou ao conversar com jornalistas no Congresso. Cunha definiu o pedido de afastamento como uma “cortina de fumaça” do procurador para tirar o foco do julgamento, no STF, do rito do impeachment.
“No momento em que está tendo uma decisão do Supremo confirmando [o rito do impeachment], tenta-se criar mais uma cortina de fumaça, mais um fato político, para talvez tentar dividir ou atrapalhar a mídia do dia, para de novo tentar me colocar na mídia”, disse Cunha, segundo o G1.
Fonte: Revista Época
