Levantamento feito pela empresa,12 ocorreram em Duque de Caxias, três em Guapimirim, dois em Magé, três em Japeri, e um em Rio das Flores, Suruí, Três Rios e Itaguaí.
Como parte do planejamento anual de segurança, a Transpetro realizou uma simulação de furto de combustível com acidente, num oleoduto no bairro Marilândia, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O treinamento de técnicos e das comunidades do entorno dos dutos se faz cada vez mais necessários para evitar vazamentos e explosões. Só no ano passado, de acordo com a Transpetro, ocorreram 73 casos de furto e tentativa de furto de combustível no país, sendo que no estado ocorreram cinco vazamentos. Deste total, quatro aconteceram em Duque de Caxias.
Este ano, até 12 de abril, foram registradas 57 ocorrências no país, sendo 31 no estado do Rio. Segundo o gerente de segurança e contingência da Transpetro, Nelson Barbosa, só um vazamento foi realmente efetivado, mas sem vítimas.
“Os números parecem estar aumentando, mas na verdade houve uma redução de casos efetivos de furto. Desde a última operação policial, que fechou várias refinaria clandestinas, houve apenas um vazamento registrado”, disse Barbosa.
De acordo com o levantamento feito pela empresa, dos 31 registros feitos no estado, 12 ocorreram em Duque de Caxias, sete em Nova Iguaçu, três em Guapimirim, três em Japeri, dois em Magé, e um em Rio das Flores, Suruí, Três Rios e Itaguaí.
A promotora Simone Sibilio, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) disse que baseada no levantamento da Transpetro não é possível dizer se os casos de furto e tentativa de furtos estão aumentando. Ela explicou que os casos ainda estão, provavelmente com os promotores de área e que ainda não chegaram ao grupo que investiga ações do crime organizado.
“Depois da Operação Ouro Negro, que desmontou uma das maiores quadrilhas de roubo de combustível e que prendeu 11 integrantes, inclusive os três principais integrantes, houve uma redução do número de casos. Esse grupo, que ficou enfraquecido, está paralisado. Podem existir grupos menores atuando, espalhados, mas esses casos ainda não chegaram ao Gaeco”, explicou a promotora.
A simulação de tentativa de furto com vazamento envolveu a participação de mais de cem pessoas, entre técnicos da Transpetro, Bombeiros, Defesa Civil e 30 moradores do entorno.
Um funcionário atuou como o homem que usava uma válvula para furtar a gasolina do oleoduto, que fica a cerca de 2,5metros em média abaixo do nível da rua. Na operação, que normalmente ocorre à noite e em locais ermos, há grande risco de vazamentos e acidentes e explosões, como demonstrado nesta quarta.
As equipes fizeram demonstrações de casa fase de salvamento da vítima e de contenção do combustível, inclusive com o uso de um helicóptero, que fez uma vistoria do suposto vazamento.
“Esse trabalho é importante para mostrar o risco que todos correm quando acontecem furtos e tentativas de furto dos dutos. E a população do entorno dessas vias tem de estar cientes dos perigos. Esse intercâmbio com os moradores é muito importante. Por isso criamos o número 168 para que sejam feitas denúncias não só de furtos, mas que também nos avisem de construções irregulares sobre nossas linhas, que são proibidas”, destacou Barbosa.
O serviço 168, criado em fevereiro, registrou 128 atendimentos para vários tipos de demanda, como vazamentos e verificação de movimentação de gente não credenciada perto dos dutos. A Transpetro informa que os oleodutos são a maneira mais segura de transportar combustíveis e derivados de petróleo.
Morador de Marilândia há 45 anos, o motorista Roberto Passos, elogiou a iniciativa.
“A gente que mora perto de um duto tem sempre medo de uma explosão de um vazamento. Esses simulados deveriam ocorrer mais vezes porque tem sempre morador novo chegando que não sabe como agir. Há dois anos um morador começou ia começar a fazer uma casa aqui ao lado e quando começou a escavar, atingiu um duto. A gente fica apavorado. Essas tubulações passam bem perto da casa da gente”, disse o morador.