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Segundo estudos da FAO a fome no Brasil se estabilizou e 22% da população é obesa

Bolsonaro avalia que a palavra “fome” não é aplicada corretamente e que é uma estratégia de “discursos populistas” para atrair simpatia da população.

No Brasil, os números da fome podem ser considerados estáveis, se contrapondo aos números de crescimento mundial. Em território brasileiro, 2,5% da população ainda encontra-se em grave situação alimentar. É o que revela o último relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo.

O Brasil vê crescer casos de obesidade

Mais de 33 milhões de pessoas estão obesas, revela o relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, apresentado ano passado na sede da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma.

Os números divulgados pela publicação indicam que em 2017 mais de 5,2 milhões de brasileiros passaram um dia inteiro ou mais dias sem consumir alimentos ao longo do ano. Além disso, aponta a obesidade como um grave problema de saúde pública, visto que proporcionalmente 22,3% da população brasileira com mais de 18 anos está acima do peso ideal. No mundo, esse dado torna-se ainda mais preocupante: são 672 milhões de obesos, portanto 1 a cada 8 adultos está acima do peso.

Número de pessoas que passam fome cresceu

O número de pessoas em situação de grave insegurança alimentar no mundo é de 821 milhões. As principais causas do aumento da fome no mundo são os conflitos e os fenômenos climáticos em constante alteração.

Os resultados do relatório apresentado na FAO pelo diretor-geral José Graziano da Silva são considerados um retrocesso na luta mundial contra a fome e colocam o planeta no mesmo patamar de uma década atrás.

A maior parte dos famintos do mundo está na Ásia, continente que abriga mais de 500 milhões de pessoas em grave situação de insegurança alimentar; seguido da África onde 29,8 milhões de pessoas passam fome. Na América Latina, esse número chega a 9,8 milhões. A média mundial é de 10,2 milhões de famintos, ou seja, 1 a cada 9 pessoas no mundo passam fome.

O relatório comprova que o número de pessoas que passam fome cresceu nos últimos três anos, fato que indica a necessidade de adotar novas medidas para erradicar a fome no mundo antes de 2030.

Especialistas na matéria apontam a resiliência da crise econômica e do desemprego como fatores que pressionam os índices de fome e miséria. No Brasil, menos de 2,5% da população ainda se encontra em grave situação alimentar, segundo o relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, apresentado em 2019 pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Os dados, referentes ao biênio 2016-2018, não detalham cifras, mas dele se depreende que menos de 5,2 milhões de brasileiros passaram ao menos um dia inteiro sem comer ao longo do ano.

A FAO elabora anualmente os índices de pessoas que passam fome ou são subnutridas no mundo, com informações fornecidas pelos próprios países. Os dados sobre o Brasil têm se mantido relativamente estáveis desde 2009, em um patamar menor que 2,5% da população. Em 2014, a organização da ONU tirou o Brasil do Mapa da Fome —composto por países em que mais de 5% da população consome menos calorias do que o recomendado. Há o temor, entretanto, de que, com a persistência da crise, o país possa voltar a fazer parte deste grupo de países. Segundo o IBGE, entre 2016 e 2017 a pobreza no Brasil passou de 25,7% para 26,5%. O número de extremamente pobres, aqueles que vivem com menos de 140 reais mensais, saltou de 6,6%, em 2016, para 7,4%, em 2017.

Bolsonaro também criticou a prática de distribuição de bolsas como forma de “distribuir riqueza” e disse que é o conhecimento que tira o homem da miséria.

Ao comentar o estado da fome e da miséria no país, Bolsonaro voltou a criticar programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. “Agora adotou-se no Brasil, do Governo de Fernando Henrique para cá, depois o PT, que distribuição de riquezas é criar bolsas. Somos o país das bolsas! E o que faz tirar o homem ou a mulher da miséria é o conhecimento“, disse o presidente, sem citar o Bolsa Família, que distribui 28 bilhões de reais aos mais miseráveis e é apontado com um fator que ajudou a combater a insegurança alimentar no país. Apesar das críticas, seu Governo promete um complemento inédito no Bolsa Família neste ano, espécie de décimo terceiro para os beneficiários.

Presidente, em café da manhã com jornalistas estrangeiros, afirmou ainda que o que “tira o homem e a mulher da miséria é o conhecimento”.

– A educação aqui no Brasil nos últimos 30 anos nunca esteve tão ruim – disse Bolsonaro.

O Ibase – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas é uma organização fundada em 1981, após a anistia política, por Herbert de Souza, o Betinho, e Carlos Afonso e Marcos Arruda, também companheiros de exílio. Sua história está ligada à democratização do país, principalmente as lutas da cidadania e a constituição da sociedade civil brasileira. E, enquanto compromisso, abraçou as tantas campanhas cívicas do Brasil.

Diante da declaração do presidente Jair Bolsonaro, de que no Brasil pobre não passa fome, o Instituto solta nota pública desfazendo essa mentira e alertando que isso mostra um total desconhecimento pelo que passa boa parte da população.

Como organização que, historicamente, tem a luta contra a fome e pela segurança alimentar em sua pauta, o Ibase acredita que é preciso que o Governo Federal trabalhe para a geração de renda e emprego aos brasileiros, com inclusão social e equidade de direitos, além de fortalecer os espaços de participação para que a sociedade civil tenha mais voz nas decisões que afetam a todas e a todos. Fechar os olhos para a realidade do país não irá fazer com que os problemas desapareçam. E, como diria Herbert de Souza, fundador do Ibase, quem tem fome, tem pressa.


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