Armas eram produzidas com tecnologia avançada e distribuídas para organizações criminosas.
A Polícia Federal deflagrou a Operação Forja, uma ação estratégica que desmantelou uma fábrica clandestina capaz de produzir até 3.500 fuzis por ano destinados às maiores facções criminosas do Estado do Rio de Janeiro. A estrutura industrial do grupo criminoso chamou atenção pela capacidade tecnológica e pelo nível de organização.
Segundo as investigações, a quadrilha fabricava armas de uso restrito, incluindo fuzis de calibres 5.56, 7.62 e 9mm, com alto poder de fogo. Os armamentos eram montados com peças importadas ilegalmente e componentes produzidos em máquinas de precisão, semelhantes às utilizadas na indústria bélica legal.
A OPERAÇÃO
A operação cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em vários estados, entre eles Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Durante a ação, foram apreendidos fuzis prontos para venda, centenas de peças, munições, miras telescópicas, impressoras 3D, maquinário de usinagem CNC, além de documentos e comprovantes de transferências financeiras.
As investigações apontam que a fábrica clandestina não atuava como uma oficina improvisada, mas sim como uma linha de produção estruturada, operando com engenheiros e técnicos especializados. O grupo também utilizava empresas de fachada para lavar dinheiro e justificar a compra de maquinário e matéria-prima.
DESTINO DAS ARMAS
De acordo com a PF, o arsenal tinha como destino final complexos controlados por facções do Rio, como Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP), além de milícias armadas da Baixada Fluminense. As armas eram enviadas desmontadas para dificultar a fiscalização e remontadas em depósitos clandestinos no estado.
CRIME TRANSNACIONAL
Os investigadores afirmaram que o esquema contava com parceiros no Paraguai e nos Estados Unidos, responsáveis pelo envio ilegal de peças essenciais. Também há indícios de ligação com traficantes de armas da Tríplice Fronteira.
DECLARAÇÃO
Em nota oficial, a Polícia Federal destacou que a operação representa “um golpe expressivo na cadeia de fornecimento de armamento pesado para o crime organizado do Rio de Janeiro”, reforçando que as investigações continuam para identificar mandantes, financiadores e distribuidores das armas.
Os suspeitos podem responder por tráfico internacional de armas, comércio ilegal de armamento, organização criminosa e lavagem de dinheiro, crimes que juntos podem ultrapassar 30 anos de prisão.