Levantamento também mostra que 63% acham que Igreja deve ficar fora da discussão.
Uma pesquisa indica que 59% dos argentinos apoiam a descriminalização do aborto. O índice favorável vem no momento em que o Congresso está analisando pela primeira vez, em toda a História do país, um projeto que busca legalizar a interrupção voluntária da gravidez.
O estudo, realizado pela Anistia Internacional Argentina e pelo Centro de Estudos de Estado e Sociedade (Cedes), informa também que 70% consideram importante que o Congresso discuta o tema.
Muito se tem dito sobre se a sociedade está ou não pronta para discutir o aborto, e as opiniões são contundentes: para a população, esta é uma questão importante e, aliás, a maioria concorda com a descriminalização — disse Mariela Belski, diretora executiva da Anistia Internacional Argentina.
A pesquisa mostrou que 63% das pessoas no país consideram que a Igreja Católica, a religião majoritária por lá, deve permanecer de fora da discussão parlamentar, enquanto 23% disseram que a Igreja precisa ter influência no debate.
Quando perguntados se conheciam alguém que já realizou um aborto, 48% dos entrevistados responderam que sim.
A pesquisa foi realizada por telefone entre os dias 3 e 5 de março e cobriu um total de 1.561 entrevistas com pessoas com mais de 16 anos de idade.
Na Argentina, o aborto é autorizado somente quando a vida da mulher está em perigo ou quando a gravidez é resultado de um estupro. No Brasil, além de essas duas situações, a lei prevê que o aborto é legal no caso de o bebê ter anencefalia.
De acordo com várias ONGs, das 500 mil mulheres que abortam todos os anos na Argentina, cem morrem, a maioria delas de baixa renda, razão pela qual muitos consideram a questão um problema de saúde pública.
Fonte: Jornal O Globo