A tensão entre Reis, que preside o MDB-RJ, e base aliada ao governo vinha se arrastando há semanas.
Foi publicada na manhã desta quarta-feira, 3 de julho, no Boletim Oficial do Governo do Estado do Rio de Janeiro, a exoneração de Washington Reis do cargo de secretário estadual de Transportes. A saída do ex-prefeito de Duque de Caxias, que ocupava a pasta desde o início do segundo mandato do governador Cláudio Castro, ocorre em meio a tensões políticas e questionamentos sobre sua atuação à frente da secretaria.
Fontes do Palácio Guanabara indicam que a exoneração teria sido motivada por divergências internas entre Reis e outros membros do alto escalão do governo, além de desgaste com setores da população e da imprensa, após polêmicas envolvendo declarações públicas sobre o reajuste da tarifa dos trens metropolitanos.
A condução de Washington Reis à frente da Secretaria de Transportes já vinha sendo alvo de críticas por sua postura centralizadora e pela dificuldade de diálogo com representantes do setor e com o Legislativo. A recente crise envolvendo o aumento das passagens dos trens da SuperVia, quando Reis e o governador apresentaram versões conflitantes, teria sido o estopim para o fim da relação política.
Apesar de sua exoneração, Reis segue como uma figura de influência na Baixada Fluminense e no MDB, partido ao qual é filiado. Ainda não foi anunciado oficialmente quem ocupará seu lugar na pasta, mas especula-se que o governador poderá nomear um técnico de perfil mais discreto e conciliador para evitar novos desgastes.
A exoneração marca mais um capítulo da instabilidade política que ronda a gestão de Cláudio Castro, em especial nas áreas de infraestrutura e mobilidade urbana, cruciais para o desenvolvimento do estado.
Crise Política no Estado
O governador em exercício Rodrigo Bacellar (União Brasil) foi o responsável pela exoneração do secretário Washington Reis, um movimento que escancara a crise interna na base política do governador Cláudio Castro (PL). O ato foi publicado em edição extraordinária do Diário Oficial e ocorre enquanto Castro está em Lisboa, participando do Fórum Jurídico promovido por Gilmar Mendes, e Bacellar responde interinamente pelo Palácio Guanabara.