Entre as diligências pendentes está o depoimento do próprio Bolsonaro, conforme pedido da PF em ofício enviado ao STF.
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou ontem a prorrogação por mais 30 dias do inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro tentou intervir de forma ilegal nas atividades da Polícia Federal. A apuração foi aberta a partir de acusação do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
O pedido de prorrogação foi feito pela Polícia Federal, com o objetivo de concluir diligências. Em parecer, o procurador-geral da República, Augusto Aras, concordou com a concessão de mais prazo.
Entre as diligências pendentes está o depoimento do próprio Bolsonaro, conforme pedido da PF em ofício enviado ao STF em 29 de maio. O interrogatório, porém, ainda não foi autorizado por Celso de Mello.
Os investigadores também querem mais prazo para aprofundar as apurações de que o presidente tentou intervir na superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Os investigadores também aguardam informações solicitadas sobre a troca na segurança pessoal de Jair Bolsonaro e de seus familiares.
O ex-juiz federal Sergio Moro anunciou sua saída do cargo de ministro da Justiça em abril, após Jair Bolsonaro exonerar o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, nome de confiança do ministro na corporação. A troca, segundo Moro, seria uma interferência política sem uma causa que fosse aceitável. No anúncio de seu pedido de demissão, o ex-ministro relatou conversa que teve com Bolsonaro sobre a demissão do diretor. Disse que o presidente deixou claro que gostaria de fazer uma interferência política no órgão.
A partir do anúncio de demissão do ex-ministro, Aras pediu à sua equipe uma análise jurídica sobre possíveis crimes cometidos pelo presidente em sua conduta. A equipe analisou que existiam indícios de que as ações de Bolsonaro poderiam ser enquadradas em delitos como obstrução à investigação de organização criminosa e advocacia administrativa. Com isso, Aras decidiu enviar ao STF o pedido de abertura de inquérito.
Investigações
Augusto Aras pediu a instauração do inquérito ao Supremo em 28 de abril, com prazo inicial de dois meses para a conclusão das investigações. Embora o prazo ainda não tenha terminado, depois um mês, a Polícia Federal pediu mais 30 dias para concluir as investigações.
Moro também consta como investigado no inquérito. No início do mês passado, ele prestou depoimento de quase oito horas em Curitiba e voltou a afirmar que Bolsonaro “queria” a Superintendência da PF no Rio.
O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, disse que se referia à troca da segurança pessoal dele.
Fonte: Jornal Extra
Rede TV Mais A Notícia da sua cidade!
