De acordo com a promotora Angélica Glioche, as regras de comportamento eram ditadas pelo chefe da quadrilha.
A Polícia Militar e o Ministério Público (MP) deflagraram na manhã desta sexta-feira a Operação Black Evil, que tem como objetivo cumprir cinco mandados de prisão preventiva contra policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) acusados de corrupção passiva, além de 15 mandados de busca e apreensão. Segundo a denúncia do MP à Justiça, entre os meses de agosto e dezembro deste ano eles receberam propina de traficantes de várias comunidades do Rio e da Baixada Fluminense em troca de informações sobre operações do Bope. Eles também negociavam com traficantes armas apreendidas em outras ações do batalhão.
A operação é resultado de uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público; da Coordenadoria de Inteligência da PM e da Corregedoria Interna da PM. Os mandados foram expedidos contra os policiais Maicon Ricardo Alves da Costa, o Preto 1; André Silva de Oliveira, o Preto 2; Raphael Canthé dos Santos, o Preto 3 e Rodrigo Meleipe Vermelho Reis. O PM Silvestre André da Silva Felizardo, o Corintians, é ex-integrante do Bope e atualmente está lotado no 15º BPM (Duque de Caxias), na Baixada Fluminense.
A denúncia acusa os PMs de terem recebido semanalmente propina de traficantes de uma facção criminosa em troca de informações sobre operações realizadas pelo Bope nas comunidades Faz quem Quer, em Rocha Miranda; Covanca, Jordão e Barão, em Jacarepaguá; Antares, em Santa Cruz; Vila Ideal e Lixão, em Duque de Caxias; Complexo do Lins, no Méier, e Complexo do Chapadão, em Costa Barros. As atividades policiais eram monitoradas 24 horas, durante todos os dias da semana, e vazadas detalhadamente aos criminosos. Os valores recebidos pelos policiais variavam entre R$ 2 mil e R$ 10 mil por comunidade.
Além de promotores de Justiça do Gaeco, participaram da investigação os agentes da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança, da Inteligência e da Corregedoria da PMERJ e ainda o próprio comandante do Bope.
De acordo com a promotora Angélica Glioche, do Ministério Público, as regras de comportamento eram ditadas pelo chefe da quadrilha, o policial militar Silvestre André da Silva Felizardo.