A ascensão de MV no tráfico teve a mesma velocidade dos crimes que cometeu.
Denunciado pelo Ministério Público do Rio por tentar matar um policial, Marcos Vinícius Tostes da Silva, o Pitbull ou MV, é um dos raros exemplos de criminosos que viraram a casaca no mundo do crime. Ele não trocou de facção criminosa, como é comum, mas abandonou o grupo de milicianos em que atuava na Zona Norte do Rio e passou a integrar a hierarquia do tráfico de drogas no Morro do Urubu, em Pilares.
Investigação da Polícia Civil revela que o bandido passou a trabalhar para Messias Gomes Teixeira, o Feio, que controla a venda de entorpecentes no Urubu. E ainda declarou guerra aos ex-companheiros paramilitares que dominam o Morro do Fubá, em Cascadura, e algumas comunidades de Quintino.
A ascensão de MV no tráfico teve a mesma velocidade dos crimes que cometeu. Segundo a polícia, o criminoso é membro do grupo conhecido como Bonde do Juninho, especializado em assaltos. O ex-miliciano é suspeito de envolvimento em pelo menos dez roubos de veículos, ocorridos desde o início do ano em Madureira, Campinho, Piedade, Méier e Pilares. E ainda tem o nome relacionado à morte de quatro homens, dois deles assassinados nesta sexta-feira, por volta das 9h30, na Piedade, na Zona Norte. Segundo informações recebidas pela Divisão de Homicídios, MV é suspeito de participar do assassinato de Roberto de Oliveira Pereira, de 28 anos, e do mototaxista Cláudio Roberto Macedo Moreno, de 37, mortos com tiros de fuzil e pistola por três homens que desceram o Morro do Urubu num Renault Clio roubado. Horas antes do crime, Roberto teria ajudado a frustrar um roubo executado por um traficante do Urubu, que acabou sendo baleado por uma pessoa não identificada.
MV também é suspeito do assassinato de Maycon Venâncio e Marcelo Bruno, em Campinho, no último dia 16 de abril. Nesse caso, ele teria agido com o bandido Juninho, que batiza o bonde.
Entre os roubos imputados ao ex-miliciano e agora traficante e ladrão estão os de uma moto e de uma carga de um caminhão, em Quintino. O primeiro foi no dia 21 de janeiro. O segundo, em 9 de abril.
Tiros como resposta a queixa de policial
A polícia ainda não sabe o motivo exato que fez MV abandonar o grupo de milicianos. Ele deixou a quadrilha e levou para o tráfico quatro homens de sua total confiança. Todos estão sendo alvos de investigação. O último registro da atuação de Marcus Vinícius no grupo paramilitar ocorreu quando o bandido comemorava seu aniversário de 26 anos, com uma festa regada a muitas bebidas e música. O evento varou a madrugada do dia 24 de setembro de 2017, em Quintino. Insatisfeito com o barulho, um policial civil que morava perto telefonou para a Polícia Militar, solicitando ajuda para que o volume do som fosse diminuído.
Uma patrulha esteve no local e atendeu a solicitação do agente. Após os PMs irem embora, MV e outros cinco milicianos dispararam vários tiros na direção da casa do policial civil. Ele foi atingido no ombro, mas sobreviveu ao ataque. Apesar de a vítima não ter morrido, a Divisão de Homicídios (DH) investigou o caso e indiciou o então miliciano como autor do crime.
O Disque Denúncia (2253-1177) oferece recompensa de mil reais por informações que ajudem na prisão do bandido. O traficante Messias Gomes Teixeira, o Feio, que deu abrigo a MV, também está com a prisão decretada pela Justiça. O mesmo valor de recompensa é oferecido a quem der pistas sobre o seu paradeiro.
Fonte: Jornal Extra
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