A delação envolve delitos cometidos nos governos Lula e Dilma Rousseff.
A delação de Antonio Palocci pode ganhar novos contornos, às vésperas das eleições.
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Homologado em junho pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, do TRF-4, o acordo firmado com a PF entrou imediatamente em fase de produção de provas e documentação, a fim de que a Justiça possa determinar a pena (e os benefícios) de Palocci.
E será justamente agora, em setembro, que a defesa do ex-ministro termina de entregar todo esse material para Gebran.
‘PACTO DE SANGUE’
Preso há um ano e meio em Curitiba, o ex-ministro dos governos petistas Antonio Palocci pode agora detalhar em seu acordo de delação premiada assinado com a Polícia Federal o que prometeu ter como “bala na agulha” em seu primeiro depoimento ao juiz Sergio Moro, em abril de 2017. Naquela ocasião, o principal alvo da 35ª fase da Lava-Jato, afirmou que poderia entregar “nomes e operações” que ajudariam os procuradores a avançar na comprovação do esquema de corrupção investigado pela força-tarefa. “Apresento todos os fatos com nomes, endereços e operações realizadas. Posso lhe dar um caminho que vai lhe dar mais um ano de trabalho, que faz bem ao Brasil“, prometeu.
Em depoimento, Palocci também falou sobre como teriam funcionado esquemas envolvendo o ex-presidente Lula e a empreiteira. Para ele, as denúncias sobre sítio e apartamento seriam verdadeiras:
“Eu diria apenas que os fatos desta denúncia dizem respeito a um capítulo de um livro um pouco maior do relacionamento da Odebrecht com o governo do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma, que foi uma relação bastante intensa, bastante movida a vantagens“.
No caso, o sítio citado é o de Atibaia, associado ao ex-presidente, e que passou a ser investigado por conta de uma reforma. As acusações contra Lula seriam de que os gastos com essa reforma teriam sido pagos pela Odebrecht como um favor ao petista.
O que se espera é que a bomba seja detonada o mais rápido possível, antes que o pior aconteça e criminosos ainda ganhem tempo para reformar suas imunidades parlamentares.
Antonio Alexandre, Magé|Online.com – Fonte: Jornal O Globo