Precisamos da ajuda da população. Apelo para que, se possível, a situação é grave.
A partir da zero hora deste sábado, agentes municipais ocuparão pontos estratégicos da orla do Rio para evitar que banhistas ocupem as praias cariocas. A restrição, que consta em decreto desta sexta, foi adotada para responder à alta da Covid-19 na cidade. Ninguém poderá ficar nas areias, tomar banho de mar, praticar esportes como a altinha ou desfrutar da área de lazer da orla —e do Aterro do Flamengo , que foi suspensa. À noite, o prefeito Eduardo Paes propôs um passo mais drástico para conter o avanço do coronavírus, em reunião com prefeitos e o governador em exercício Cláudio Castro: fechar por dez dias várias atividades econômicas. Como Castro não concordou, um novo encontro vai acontecer amanhã.
Neste primeiro dia de restrições estabelecidas pelo prefeito Eduardo Paes por decreto, que proíbe banho de mar, permanência na areia e estacionamento na olrla, as praias amanheceram vazias. Nas areias do Leme, não se via ninguém. Em Ipanema, guardas municipais retiravam os poucos banhistas insistentes já às 6h30. Os agentes começaram a ocupar a orla à meia-noite. A ideia era chegar à orla antes dos banhistas.
Alguns pedestres que não usavam máscara foram multados. Quem desrespeitar as regras e for para a areia está sujeito à multa de R$ 562,42, que pode ser aplicada ainda para quem estiver sem o acessório de proteção facial. Na manhã deste sábado, guardas municipais distribuíam máscara para moradores de rua.
Além disso, a Fecomércio protestou, por meio de nota, contra um lockdown, que não seria suportado por setores como o de bares e restaurantes já muito afetados pela pandemia. Enquanto não se chega a um acordo, as novas restrições visam a reduzir a circulação de pessoas no Rio que ontem estava com 95% de suas UTIs para Covid-19 ocupadas. Além de proibir o banho de mar, o estacionamento na orla também está proibido e só moradores, idosos, pessoas com deficiência, hóspedes de hotéis e táxis poderão parar os carros na região.
O trecho do Arpoador, da Rua Farme de Amoedo, do Jardim de Alah e do Pontal Tim Maia são considerados mais críticos. Além do efetivo mobilizado, câmeras de segurança vão ajudar na fiscalização.
Nas restrições às atividades noturnas na cidade fizemos isso com ocupações prévias da Praça São Salvador (Laranjeiras), da Avenida Olegário Maciel (Barra da Tijuca) e do Ponto Chic (Bangu) — disse o secretário municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale.
O secretário diz que a operação vai contar com apoio da PM. Carros com alto-falantes vão orientar as pessoas a ficarem em casa e a evitarem aglomerações. Quem desrespeitar as regras está sujeito à multa de R$ 562,42. Como o comércio ambulante e os barraqueiros também estão proibidos, poderão ocorrer ainda apreensões de mercadorias. Os quiosques poderão continuar abertos até as 21h, mesmo horário que vale para bares e restaurantes. Na gestão de Marcelo Crivella, medidas semelhantes foram adotadas, mas falharam por falta de fiscalização e de conscientização da população.
Em entrevista coletiva, Paes disse que o fechamento das praias tem um caráter simbólico dada a gravidade do momento:
Precisamos da ajuda da população. Apelo para que, se possível, fiquem em casa. A situação é grave.
Fonte: Jornal O Dia