Grupo cobrava cerca de R$ 50 por oração customizada e pode ter faturado R$ 3 milhões ao ano.
A Polícia Civil prendeu 35 pessoas em flagrante em Nilópolis, na Baixada Fluminense, suspeitas de integrar um esquema de telemarketing que vendia “orações” produzidas com auxílio de inteligência artificial a fiéis em todo o Brasil e no exterior. Entre os presos, estava um homem que se identificava como pastor. O grupo foi liberado após pagamento de fiança e vai responder em liberdade pelo crime de associação criminosa.
Segundo as investigações, os criminosos ofereciam orações personalizadas conforme a necessidade do cliente saúde, finanças, proteção espiritual, entre outras com preço médio de R$ 50 por oração. A polícia estima que a organização faturava cerca de R$ 3 milhões por ano.
A operação, batizada de “Blasfêmia”, revelou uma estrutura de telemarketing sofisticada, com gravações de áudios atribuídos a líderes religiosos e sistema de atendimento padronizado. Os suspeitos utilizavam contas bancárias de terceiros para dificultar o rastreamento dos recursos, e contratavam atendentes via anúncios online para operacionalizar o golpe via WhatsApp e ligações.
A investigação aponta para crimes diversos, como estelionato, falsa identidade, curandeirismo, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O Ministério Público já denunciou 23 pessoas, entre elas o suposto líder religioso, que teve medidas cautelares aplicadas, como uso de tornozeleira eletrônica.
As autoridades ainda seguem em busca de novas vítimas, e alertam para o avanço de fraudes com discurso religioso aliado a tecnologia.