Olimpíada começa com greve de 48 horas da Polícia Civil do DF

Decisão foi anunciada depois de a categoria rejeitar proposta de Rollemberg, que ofereceu reajuste escalonado em três anos.

16.02.49

No dia em que a Seleção Brasileira masculina de futebol faz sua estreia nas Olimpíadas do Rio-2016 — em jogo contra a África do Sul, às 16h desta quinta-feira (4/8), no Mané Garrincha —, a população do Distrito Federal não terá os serviços da Polícia Civil. Em assembleia na tarde de quarta-feira (3), a categoria decidiu paralisar as atividades por 48 horas, a partir das 8h de quinta.

Segundo informações antecipadas pelo Metrópoles, todo o efetivo da Divisão de Operações Especiais (DOE) que estava escalado para fazer a segurança das delegações hospedadas no Hotel Golden Tulip deixou seus postos às 8h de hoje. A movimentação entre os policiais é que a greve deverá ser radical, principalmente durante a Olimpíada.

A escolta aérea desta quinta (4) foi suspensa. A Divisão de Operações Aéreas (DOA) não acompanhará as delegações. Somente nesta quarta (3), o destacamento realizou oito voos de helicóptero. Em entrevista à TV Record, o secretário-adjunto de Segurança Pública e da Paz Social, coronel Márcio Pereira, a Polícia Militar vai garantir a segurança de todos os atletas olímpicos que estão em Brasília.

Por meio de nota, o GDF disse que “embora reconheça a legitimidade do pleito de isonomia com a Polícia Federal, o governo de Brasília, diante das atuais condições econômicas do país e do Distrito Federal, não possui condições financeiras de arcar com os índices e prazos encaminhados pelo governo federal ao Congresso Nacional”. O Buriti disse ainda que vai “retirar a proposta apresentada à Polícia Civil”, mas “manterá aberto o diálogo já iniciado com representantes” da categoria.

Em nota divulgada à noite, a direção-geral da Polícia Civil informou que “respeita a deliberação (da categoria) e que adotará as providências para garantir o funcionamento dos serviços essenciais, ao mesmo tempo em que continuará mantendo diálogo na busca do atendimento ao pleito apresentado (isonomia com o Departamento de Polícia Federal).

Negociação travada
Há quase um mês em operação tartaruga e sem avanço nas negociações com o Executivo, os agentes votaram pela greve durante o encontro em frente ao Palácio do Buriti. A categoria reivindica reajuste salarial e reclama do efetivo. Hoje, são cerca de 4,5 mil policiais. O Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) afirma que o déficit é de 50%. Perícias e flagrantes não serão feitos durante o movimento.

Os policiais, que alegam ter isonomia com a Polícia Federal há 20 anos, estão em negociação com o GDF há mais de um mês. Em reunião na terça (2), o governo ofereceu aumento escalonado: 7% em outubro de 2017; 10% em outubro de 2018; e 10% no mesmo mês de 2019. Já no fim da tarde, durante um novo encontro, surgiram outras duas propostas. A primeira estipulava 23% em agosto de 2017; 4,75% em janeiro de 2018 e 4,5% em janeiro 2019. Na outra sugestão, os percentuais são de 10% em janeiro de 2017; 13% em agosto de 2017; 4,75% em janeiro de 2018 e 4,50% em janeiro de 2019.

A categoria rejeitou a proposta e marcou a assembleia para esta quarta. O governo ficou de mandar uma nova oferta antes do encontro, mas, até o início dos discursos, por volta das 15h30, o Executivo não havia encaminhado nada aos policiais.

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Logo após votar pela paralisação, os policiais seguiram em caminhada entre os carros no Eixo Monumental. Também foi marcada uma manifestação para a quinta-feira (4), em frente ao Mané Garrincha. A concentração será feita às 12h, no Parque da Cidade.

Apoio
Um grupo de distritais  — entre eles, Cláudio Abrantes (Rede), Raimundo Ribeiro (PPS), Rafael Prudente (PMDB), Wasny de Roure (PT) e a presidente da Câmara, Celina Leão (PPS) — participou do encontro. Em cima do trio, a maioria deles fez críticas ao governo e às propostas oferecidas aos policiais até agora. “É extremamente recuada, com diferenciação com a Polícia Federal. Tão grave a proposta que o governo fez, que tem caráter de ilegalidade. E eu alertei o governo”, disparou o petista Wasny.

Abrantes, que é policial civil, também saiu em defesa dos agentes. Afirmou que está com a categoria e vai defender a paridade com a PF. O deputado federal Laerte Bessa (PR), que já foi diretor-geral da PCDF, também esteve na assembleia.

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Operação tartaruga
Desde 4 de julho, os agentes da Polícia Civil reduziram o ritmo de trabalho. Deixaram de realizar atividades que fogem de suas atribuições. Segundo o Sinpol-DF, atualmente, “cada policial tem trabalhado com sobrecarga e muitas vezes exercendo funções de outros cargos”.

1Fonte: Metropoles

 

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