No primeiro dia, foi dado previsão de solução da questão para o dia seguinte, o que não ocorreu.
A maior parte das empresas ainda depende grandemente da telefonia fixa para atendimento a clientes, fornecedores e colaboradores; é assim que são atendidos anúncios de jornal, dúvidas de clientes principalmente os mais idosos e as empresas, pequenas médias e grandes se utilizam das mesas e troncos telefônicos como uma de suas principais formas de comunicação. No Centro do Rio de Janeiro, uma região predominantemente comercial, a situação é concentrada: são dezenas de milhares de CNPJs que necessitam do uso diário de sua telefonia fixa para que as empresas sobrevivam. Mas a OI, concessionária de telefonia que está recuperação judicial pela segunda vez e tem uma dívida superior a 44 bilhões de reais está deixando as empresas do Centro do Rio virtualmente incomunicáveis.
Nas imediações da rua da Assembléia, diversas empresas estão sem atender seus clientes por conta de uma suposta “inundação das caixas de cabeamento telefônico” ocorrida recentemente. Desde o dia 29, os telefones do escritório matriz da tradicional Sergio Castro Imóveis se encontram totalmente mudos. A empresa fez uma reclamação à Anatel, que informa que “em 10 dias corridos” a concessionária terá que responder às questões. Outras empresas apresentam o mesmo problema nas imediações, sem nenhum tipo de atenção especial da companhia concordatária encarregada da telefonia do Centro.
No primeiro dia, foi dado previsão de solução da questão para o dia seguinte, o que não ocorreu. “Não existe corretagem de imóveis sem telefone fixo, É por aqui que chegam as ligações das placas, dos anúncios de jornal e até quase 70% das ligações dos anúncios online”, explica Erica Neves, gerente de locação da empresa, cujos telefones vão completar 4 dias sem funcionar.
Mas os problemas da OI não param por aí. A empresa parece ter abandonado completamente o atendimento a seus clientes em todo o Centro. Toda a região da Praça XV está sem telefone fixo e internet há mais de um ano, embora haja fios pendurados da concessionária em tudo que é fachada de prédio histórico. A secretária Sylvia Assumpção, da Irmandade dos Mercadores, na rua do Ouvidor 35, diz que o telefone da igreja parou de funcionar há anos e a OI se recusou a fazer o conserto, dizendo que não atende mais a região. O restaurante Capitu por exemplo, não possui internet, e não consegue instalação, tendo que usar tudo via celular.