Neymar, Verstappen, Medina, Gabriel Jesus, Andy Murray e Rogério Ceni são algumas das atrações do próximo ano.
Depois de um ano com Olimpíada no Brasil, 2017 será bem menos agitado, mas possivelmente com algumas mudanças de trono. No tênis e na Fórmula 1, novas estrelas pedem passagem. No futebol, uma nova geração de atletas e treinadores busca se firmar, num ano que terá uma mudança significativa no calendário e a Chapecoense como atração, pelo menos no início da temporada. O Brasil ainda lutará para reconquistar seu espaço no surfe e no UFC. As principais expectativas para 2017:
A nova Chapecoense
Abalada com a tragédia do dia 29 de novembro, que matou quase toda a sua equipe, comissão técnica e diretoria, a Chapecoense terá de se remontar para o ano mais importante de sua história. Vagner Mancini foi o técnico escolhido para o renascimento da equipe de Chapecó (SC), que disputará a Copa Libertadores pela primeira vez, além da Recopa Sul-Americana, a Série A do Brasileiro e até um amistoso contra o Barcelona. Até agora, poucos atletas foram contratados e a nova diretoria não se mostrou satisfeita com as opções de empréstimo gratuitos oferecidas por grandes clubes em solidariedade. A equipe catarinense, porém, promete não fazer loucuras e manter a receita que o fez chegar ao título da Sul-Americana de 2016: salários modestos, mas em dia, e clube sem dívidas. Existe a expectativa de o lateral Alan Ruschel e o zagueiro Neto, dois dos seis sobreviventes do acidente, voltarem a atuar pela equipe em 2017.
Os primeiros passos para a Chapecoense se reerguer
Gabriel Jesus
Destaque do Palmeiras na campanha do nono título do Campeonato Brasileiro e grande surpresa da seleção brasileira, Gabriel Jesus terá o maior desafio de sua carreira em 2017: despontar no Manchester City, do técnico Pep Guardiola, e aguentar a pressão, afinal tem apenas 19 anos e sua transferência custou 32 milhões de euros (cerca de 110 milhões de reais). Não há dúvidas sobre seu potencial, mas o bom elenco do City certamente lhe fará suar a camisa para conquistar Guardiola: no ataque, ele brigará com estrelas como Sergio Aguero, Raheem Sterling, Kevin De Bruyne e Nolito. Em relação a Jesus, Guardiola deve trabalhar com calma para lapidá-lo o quanto puder no futebol inglês.
A vez de Neymar
O maior craque brasileiro teve um 2016 irregular. Brilhou intensamente na Olimpíada do Rio com o inédito ouro, mas perdeu protagonismo no trio de ataque do Barcelona (Lionel Messi e Luis Suárez foram bastante superiores) e até na seleção (o que não é necessariamente ruim). Mas, com o Barcelona prometendo brigar novamente por títulos e a seleção brasileira em alta, Neymar chegará aos 25 anos com mais maturidade e chances reais de brigar pelo posto de melhor do mundo. Messi e Cristiano Ronaldo dão os primeiros sinais de queda, enquanto Antoine Griezmann, Suárez e Gareth Bale aparecem como possíveis concorrentes. Talento para conquistar o mundo Neymar já provou que tem. Se colocar a cabeça no lugar e engatar uma sequência positiva, ele pode, enfim, chegar ao topo.
F1 e UFC: Brasil em baixa
Automobilismo e MMA tiveram um 2016 melancólico no país. E a tendência para 2017 também não é nada boa. Ainda não está definido se o Brasil terá um representante na Fórmula 1: Felipe Nasr segue sem contrato após deixar a Sauber e Felipe Massa, que se “aposentou”, agora repensa sua decisão e pode permanecer na Williams. Mas apesar da perda de prestígio dos últimos tempos, a F1 estará renovada e com dois potenciais heróis: o holandês Max Vesrtappen, de 19 anos, já brilhou intensamente em 2016 e pode entrar de vez na briga pelo título com a Red Bull. E o finlandês Valtteri Bottas pode assumir o posto deixado por Nico Rosberg, que se aposentou de forma surpreendente dias depois de conquistar seu primeiro título, e também pode sonhar com o título, caso a Mercedes consiga mais um ano de domínio absoluto. No UFC, José Aldo (que também se aposentou e depois mudou de ideia) tentará se firmar novamente como o rei dos penas, enquanto Ronaldo Jacaré e Demian Maia seguem aguardando chances por cinturão. Entre as mulheres, a campeã Amanda Nunes e Cris Cyborg também podem crescer. Mais uma vez, a atração mundial (e queridinho de Dana White) deve ser o irlandês Conor McGregor. Jon Jones, suspenso até julho por doping, e Ronda Rousey também sonham em retomar seus reinados.
Libertadores reformulada
Em ano sem Copa do Mundo, Eurocopa ou Olimpíadas – e com o Brasil fora, pela primeira vez, da Copa das Confederações – a principal atração internacional no futebol deve ser a reformulada Copa Libertadores, que terá nada menos que oito equipes brasileiras: Palmeiras, Flamengo, Santos, Atlético-MG, Botafogo, Atlético-PR, Grêmio e Chapecoense. Pela primeira vez, a competição se jogará ao longo de toda a temporada – de fevereiro a novembro – e desta vez não terá as sempre perigosas equipes mexicanas. Quem vencer, chegará embalado para o Mundial de Clubes, em dezembro.
Nova geração de treinadores
Esqueça os medalhões como Felipão, Muricy e Luxemburgo. O ano de 2017 pode marcar a consolidação de uma nova geração de treinadores. Os clubes mais fortes do país devem apostar em treinadores mais jovens: o Palmeiras terá Eduardo Baptista (filho de Nelsinho) no lugar de Cuca; o Atlético-MG terá Roger Machado; e o Flamengo manterá Zé Ricardo. Um pouco mais experiente, Dorival Júnior, do Santos, também busca a consagração. Fora da Libertadores, o São Paulo terá a grande novidade entre os treinadores: o ídolo Rogério Ceni, após um semestre de estudos no exterior, assumirá o posto que foi de Telê Santana. No Sul, caberá a Antônio Carlos Zago a missão de reerguer o rebaixado Internacional.
O trono do tênis em aberto
O ano de 2016 foi atípico para o tênis. O sérvio Novak Djokovic e a americana Serena Williams, os dois nomes que dominaram o ranking de forma incontestável, foram enfim superados – e, assim, 2017 vem com grandes expectativas. Andy Murray, o novo número 1 do mundo, deve seguir em ascendência: só neste ano, ganhou o Grand Slam de Wimbledon pela segunda vez, foi campeão na Olimpíada do Rio e conseguiu o maior feito da carreira ao bater Djokovic no ATP Finals. No feminino, a alemã Angelique Kerber – melhor atleta ranqueada atualmente e vencedora dos Grand Slams da Austrália e do US Open – deve seguir na mesma toada. Entre os jovens que podem mexer com a tabela, Milos Raonic e Dominic Thiem – ambos entre os dez melhores – são os cotados para surpreender nos maiores torneios.
Esperança no surfe
Mesmo com o título não ficando no Brasil em 2016, o país segue entre as potências da modalidade (nos últimos dois anos Gabriel Medina e Adriano de Souza foram os campeões do mundo). Para 2017, serão ao todo nove surfistas na elite: Filipe Toledo, Gabriel Medina, Adriano Souza os postulantes para trazer o terceiro título mundial ao Brasil -, Wiggolly Dantas, Caio Ibelli, Miguel Pupo, Ítalo Ferreira, Jadson André e Ian Gouveia. Dois que disputaram o torneio mundial, Alex Ribeiro e Alejo Muniz, foram rebaixados.
Na atual temporada, Medina foi novamente o destaque, brigando pelo título diretamente com o já campeão John John Florence.