Nove horas de liberdade: Lula fora da prisão declara “Vou provar quem é ladrão neste País.”

Arthur, quando eu for pro céu, vou levar meu diploma de inocente, despede-se Lula do neto.

Desde que foi preso na sede da Polícia Federal, em Curitiba, no Paraná, essa é a terceira morte próxima a Lula, mas a primeira vez que o petista consegue efetivamente deixar a prisão por um motivo familiar.

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Em janeiro deste ano, a defesa de Lula solicitou à Justiça que o ex-presidente deixasse à prisão para ir ao funeral de seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, em São Bernardo do Campo. Mas a juíza Carolina Lebbos – responsável por supervisionar o cumprimento da pena de Lula e autora da decisão que o liberou para o velório do neto – negou.

Na ocasião, a magistrada diz ter tomado a decisão com base em um parecer da Polícia Federal, segundo o qual não era possível, à época, garantir a segurança de Lula e das demais pessoas durante o trajeto até São Bernardo devido ao curto prazo.

Pouco antes do enterro de Vavá, no entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o ex-presidente a deixar a prisão. Mas Lula decidiu não ir – não havia mais tempo hábil.

Sob forte esquema de segurança e chorando, o ex-presidente Lula deixou o cemitério Jardim da Colina, onde seu neto, Arthur, foi velado e cremado neste sábado.

O ex-presidente Lula chegou por volta das 11h ao local, em São Bernardo do Campo, e acompanhou a cerimônia.

Lula chegou ao velório escoltado por agentes federais e policiais militares, recebido aos gritos por centenas de militantes e apoiadores que se concentram na entrada do local.

A entrada no cemitério – o mesmo onde a mulher do ex-presidente e avó do menino, Marisa Letícia, foi cremada em fevereiro de 2017 – foi restrita aos familiares do menino e a amigos.

Entre as pessoas importantes que foram ao velório de Arthur, destacam-se a ex-presidente Dilma Rousseff , o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad  e o candidato à Presidência pelo PSOL em 2018, Guilherme Boulos. Algumas centenas de pessoas também estavam do lado de fora do local, tentando de algum modo mandar apoio ao petista, que deve passar os próximos anos em regime de reclusão fechado.

“Vou provar quem é ladrão neste País e quem não é. Quem me condenou não pode olhar nos olhos dos netos como eu olhava para você”, disse em outro momento o petista, parecendo se referir ao atual Ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Após ficar algumas horas no local, Lula voltou com escolta para o aeroporto e, na sequência, voltou para Curitiba.

Fonte: Agência de Notícias REUTERS