Semana da estreia da seleção na Rússia, brasileiros mostram inédito distanciamento do Mundial.
Numa rara exceção de animação nas ruas do Rio, os moradores da Pereira Nunes, em Vila isabel, retocam as pinturas do asfalto se preparando para o início da Copa.
Parece ser uma unanimidade nacional. Ninguém jamais viu tamanho desinteresse por futebol no país às vésperas de uma Copa do Mundo. A uma semana da estreia no Brasil na Rússia, é raro encontrar uma rua pintada, bandeiras verde e amarela nas janelas, um torcedor entusiasmado com a proximidade de mais um Mundial.
O bom desempenho da seleção dentro de campo e o carisma do técnico Tite seriam motivos suficientes para deixar o torcedor brasileiro otimista. Mas não é o que se vê Brasil a fora. Há várias teses para explicar este distanciamento.
Desde o abalo na confiança por causa dos 7 a 1 de 2014 ao momento do país, que deixa qualquer um desanimado. “Tenho viajado muito pelo Brasil e observado realmente um distanciamento muito grande da população em relação à seleção. Esse desinteresse se deve a alguns fatores. Primeiro, todo mundo está muito aborrecido com o que tem acontecido no país. Corrupção deslavada, descaso absoluto das autoridades. A população está muito desconfiada e aí a seleção fica em segundo plano”, afirma o sociólogo Maurício Murad, coordenador do Núcleo de Sociologia do Futebol da Uerj.

Este parece ser mesmo o sentimento das ruas. No Rio, o desânimo é geral. “Não há animo para fazer festa. Nas outras Copas nós pintávamos as ruas, colocávamos bandeiras nos carros. Mas esse ano não há clima para isso”, afirma o taxista Mailton Rossi.
“Não há espaço para a preocupação com a Copa do Mundo na agenda das pessoas. Mas se o Brasil jogar bem e conseguir bons resultados, isso pode mudar”. Declara Maurício Murad

Fonte: Jornal do Brasil
Rede TV Mais A Notícia da sua cidade!
