Ato aconteceu na Zona Sul do Rio.
Uma multidão ocupou a Avenida Atlântica, na altura do posto 3, em Copacabana (zona sul do Rio), na tarde deste domingo (28) em protesto contra o presidente Michel Temer (PMDB) e por eleições diretas para a presidência. “A primeira medida necessária é a saída de Temer”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AM).
Para o congressista, há duas formas de isso ocorrer: o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassar a chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer ou a Procuradoria Geral da República denunciar Temer, o que dependeria de autorização do Poder Legislativo. “O mais rápido seria o presidente renunciar, mas não se pode esperar isso dele”, afirmou.
Para o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), mesmo se a eleição direta para presidente nesse momento não for instituída, a mobilização popular é importante. “Em 1984 não conseguimos aprovar (a eleição direta), mas o movimento popular acelerou o fim da ditadura e as conquistas da Constituição de 1988.”
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirma ser possível prever hoje o desfecho da crise política. “Nós exigimos eleições diretas para presidente, mas não dá pra saber qual será a decisão do Congresso. Há uma proposta de emenda constitucional que será votada na próxima quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça. Mas tem outras variáveis: parece que o (deputado federal) Rocha Loures (flagrado recebendo R$ 500 mil) está negociando delação premiada. Então muita coisa pode acontecer”, avaliou.
Artistas participam de protesto em Copacabana contra Temer.
Wagner Moura discursa contra Temer e reformas durante protesto
Uma verdadeira onda humana cantou, embalada por artistas como Caetano e Milton Nascimento, e gritou a plenos pulmões a cada intervalo, pedindo “Diretas já”. Milton Nascimento, que reapareceu em atos políticos depois de algumas décadas, ainda nos lembrou que o papel do artista é estar ao lado do povo. “Todo artista precisa estar onde o povo está”. E o povo está nas ruas.
Um dia histórico no Rio de Janeiro: “Todo artista precisa ir onde o povo está”.
Os veteranos da música e da luta por democracia no Brasil, Caetano e Milton Nascimento evitaram discursos, mas a cada intervalo entoavam “fora Temer” e “Diretas já”, como maestros embalando uma orquestra. O Rio transbordou com força e vitalidade. Momentos especiais, como apenas a democracia é capaz de proporcionar.
A organização do evento realizado nas imediações do Posto 3, estima o público de cem mil pessoas. A Polícia Militar não divulga estimativa.
Cantores como Mart’nália, Teresa Cristina e Pretinho da Serrinha já se apresentaram. Caetano Veloso e Milton Nascimento ainda vão cantar. Mart’nália cantou “Madalena do Jucu”, famosa na voz de seu pai, Martinho da Vila, inserindo o verso “fora, Temer/fora, Temer” em lugar de “Madalena, Madalena”.
Teresa Cristina perguntou ao público “vocês acham que o Aécio (Neves, senador afastado) será preso?” e emendou os versos “Acreditar, eu não, recomeçar, jamais” do samba “Acreditar”, famosa na interpretação de dona Ivone Lara.
O cantor Caetano Veloso iniciou por volta das 17h sua apresentação no ato. Enquanto o público pedia, em coro, “fora, Temer”, Caetano cantou “Podres Poderes”.
A regra prevista na Constituição para substituição do presidente nos dois últimos anos de mandato é por eleição indireta. “Essa não é uma causa de um partido político, de um segmento, essa é a melhor solução para o País”. Molon acredita que o TSE vai cassar a chapa Dilma-Temer em 6 de junho. “Mas espero que não haja pedido de vista, que é a vontade de Temer”, afirmou.
No protesto na Avenida Atlântica, desde as 12h estão ocorrendo shows de diversos artistas. A principal exibição foi de Caetano Veloso.
Magé/Online.com