Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) confirmou o aumento recorde dos casos de dengue nas Américas.
O relatório de 2023 do Lancet Countdown alerta para os graves impactos das mudanças climáticas na saúde, destacando o aumento das ondas de calor e volumes de chuva sem precedentes. Isso pode contribuir para a propagação de doenças infecciosas, como dengue, zika, chikungunya e febre amarela, especialmente entre grupos vulneráveis como idosos e crianças.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) confirmou o aumento recorde dos casos de dengue nas Américas em março de 2024, atribuindo parte do problema a eventos climáticos extremos e ao aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico associado ao El Niño.
No Brasil, pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) já relacionaram as mudanças climáticas ao aumento das arboviroses, como a dengue. Projetando casos de dengue até 2070, eles preveem a expansão das áreas de ação do mosquito Aedes aegypti durante todo o ano.
Para combater esse problema, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desenvolve desde 2011 um projeto que utiliza mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, impedindo a transmissão dos vírus das arboviroses. Uma biofábrica está sendo construída em parceria com o World Mosquito Program e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná para a produção em larga escala desses mosquitos.
Além disso, o Instituto Butantan está trabalhando desde 2009 no desenvolvimento de uma vacina nacional contra a dengue, que obteve resultados promissores em testes de fase 3, com eficácia geral de 79,6%. Também estão em andamento pesquisas para uma vacina contra a chikungunya.