No momento, o paciente segue internado, lúcido, orientado e estável.”

Um rapaz, que segundo a família apresenta espectro autista, foi ferido por um tiro disparado por um policial civil, na última quarta-feira, em Magé, na Baixada Fluminense. A vítima teria se assustado com uma viatura policial e correu. Ele foi perseguido e um disparo acertou a coxa do jovem, causando fratura exposta do fêmur de uma das pernas. Inicialmente, o ferido foi levado para ser socorrido na Unidade de Pronto Atendimento de Piabetá, também localizada na mesma cidade onde o crime ocorreu.
Ele acabou sendo transferido para o Hospital Geral Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias, onde foi submetido a uma cirurgia. Segundo a Prefeitura da cidade, responsável por administrar o hospital, estado de saúde dele é estável. O caso aconteceu no Bairro Parque dos Artistas. Segundo familiares, a vítima estava a caminho da casa de uma irmã quando um carro da Polícia Civil se aproximou. Assustado, ele correu e foi perseguido. O jovem teria entrado em um terreno onde foi baleado por um dos policiais. Um dos agentes alegou, ao prestar depoimento, ter feito o disparo em direção ao chão porque o rapaz estaria com um pedaço de madeira nas mãos e fez um movimento para o atingir. Nota da Polícia Civil informou que a vítima foi ferida por um estilhaço. A família do ferido alegou não acreditar nesta versão e disse que o rapaz não é agressivo.
Ele tem 30 amos, mas a idade mental dele é de uma criança. Todo mundo no bairro o conhece. Não tem histórico agressivo e sempre foi dócil e simpático com todos. Ele correu porque ficou assustado. Poderiam até ter o imobilizado, mas deram tiro. Agora, está com pinos na perna, lá no hospital — disse um familiar.
Na 66ªDP (Piabetá), o caso foi registrado como lesão corporal. Três policiais estariam no carro, e segundo alegaram, estavam no local tentando cumprir um mandado de prisão expedido pela Justiça em nome de outra pessoa. Após o rapaz ser ferido por um tiro, ele foi socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Segundo a Polícia Civil, a corregedoria da corporação foi comunicada e acompanha a investigação. Confira abaixo, notas da Polícia Civil e da Prefeitura de Duque de Caxias sobre o caso:
Polícia Civil:
“O caso é investigado pela 66ª DP (Piabetá). De acordo com os agentes envolvidos na ação, durante uma abordagem, o homem correu e encurralou um policial civil, que, para resguardar sua segurança e integridade física, realizou um disparo de arma de fogo na direção do solo, na tentativa de repelir a possível agressão. Um estilhaço feriu a perna do homem. Imediatamente, ele foi socorrido pelos agentes, que acionaram o Samu, e encaminhado para um hospital da região. O registro de ocorrência não foi feito pelo policial que realizou o disparo e ele não participa da investigação. O agente foi ouvido e diligências estão em andamento para apurar os fatos. A Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL) foi comunicada e acompanha a investigação.
Nota da Prefeitura de Caxias
“A Prefeitura de Duque de Caxias, através da Secretaria Municipal de Saúde e direção do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), informa que o paciente deu entrada na unidade em 10/07/2024, vítima de perfuração por arma de fogo em coxa direita. A direção do HMAPN informa que, após avaliação e exames, foi evidenciado fratura exposta de fêmur direito. O paciente passou por procedimento cirúrgico, realizado sem intercorrências. No momento, o paciente segue internado, lúcido, orientado e estável.”

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