IPHAN TEM PLANOS DE REVISAR TOMBAMENTO EM PETRÓPOLIS E EXCLUIR ÁREAS HISTORICAS

A mudança no critério de tombamento é vista como uma oportunidade para a especulação imobiliária, já que a via é uma das mais nobres da cidade.

O critério de tombamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) nas construções históricas da cidade imperial, fundada por iniciativas de Dom Pedro II, pode estar prestes a passar por mudanças. O instituto anda revisando o processo de tombamento arquitetônico em algumas áreas do nobre centro histórico, como a famosa Avenida Koeler, já considerada uma ruas mais bonitas do país.

A proposta que circula sugere a exclusão de determinadas áreas históricas da via, no pacote de suspensão do tombamento de algumas regiões dos arredores dos rios Bingen e Quitandinha. Ao todo, a revisão inclui 8 mil imóveis do município. As justificativas não foram anunciadas.

Avenida Koeler — endereço de valor
Com 400 metros de extensão, a Avenida Koeler é um símbolo de Petrópolis. Ela liga a Catedral de São Pedro de Alcântara à Praça da Liberdade e é um dos principais cartões-postais da cidade. A via, que leva o nome de um dos engenheiros responsáveis pelo projeto do Museu Imperial e de toda a região central do município, guarda casarões belíssimos do século XIX e XX, como a Casa da Princesa Isabel, o Solar Dom Afonso, o Palácio Rio Negro (antiga residência oficial de verão dos presidentes) e a Vila Itararé (cenário usado na primeira versão de Guerra dos Sexos). Praticamente todos são ocupados por órgãos, escolas, clínicas ou bancos, salvo raríssimas exceções.

A rua inclusive foi uma das primeiras ruas do país a ter residências voltadas para os rios, uma prática rara na época, especialmente em cidades europeias, onde as casas eram construídas com os fundos voltados para o curso d’água. Em Petrópolis, as enchentes já eram vistas como um grande risco desde os tempos antigos, o que levou à construção das casas com as fachadas voltadas para os rios Bingen e Quitandinha.

O histórico de preservação da via é, de fato, impressionante. A Avenida Koeler conseguiu escapar do período de destruição do patrimônio histórico de Petrópolis que aconteceu entre as décadas de 1960 e 1980, mantendo-se praticamente inalterada ao longo do século XX. Inúmeras novelas usaram o endereço como cenário.

Nota oficial do Iphan
Em nota, o instituto informou que está “revisando o processo para estabelecer diretrizes mais específicas e claras sobre as delimitações do tombamento no município, as quais serão regulamentadas por meio de portaria”.

A polêmica reavaliação do Iphan tem gerado uma série de críticas, especialmente entre os defensores da preservação do patrimônio histórico, que temem que as modificações no processo de tombamento possam resultar na diminuição do número de bens tombados na cidade. Muitos acreditam que essa mudança de abordagem pode abrir espaço para a especulação imobiliária, já que a via tem um dos metros quadrados mais valiosos de Petrópolis.

Em meio as modificações, o Iphan ainda está estudando a inclusão da Vila Operária do Alto da Serra na lista de tombamentos.

Vale ressaltar que o Instituto mantém na cidade apenas um analista técnico para cobrir os mais de 10 mil itens tombados pelo órgão em Petrópolis, além de fiscalizar outras 21 cidades da Região Serrana funcionário que está sob risco de desligamento.

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