Ínicio / Destaque / Intervenção federal na segurança do RJ ainda não viu a cor do dinheiro

Intervenção federal na segurança do RJ ainda não viu a cor do dinheiro

Homicídios aumentaram 9% em abril, em relação ao mesmo mês de 2017; as mortes provocadas pela polícia em confrontos subiram 26%.

A intervenção na segurança do Rio de Janeiro completou três meses e o gabinete da intervenção afirma que só agora terá condições de usar o dinheiro prometido pelo Governo Federal. Nesta quinta-feira (17) foram divulgados novos índices de criminalidade no estado.

Vinte e quatro horas depois de a intervenção no Rio completar três meses, três PMs já foram baleados. Dois morreram, levando para 52 o número de policiais assassinados em 2018 no estado.

Um sargento do Bope levou três tiros nesta quinta-feira (17) em um assalto em frente a uma agência bancária no Largo do Machado, na Zona Sul da cidade. “Estou socorrendo aqui o Pimenta. Pimenta tomou cinco tiros aqui no Largo do Machado, hein. Tá baleado, cara. Pegou no pulmão e tudo. Tá baleado o Pimenta”. O sargento foi operado e o estado dele é grave.

Entre a tristeza e a perplexidade, o Rio se despede de suas vítimas da violência. Soraia levou um tiro na cabeça mesmo depois de entregar o celular que os bandidos queriam. Ela foi enterrada nesta quinta-feira.

No mesmo dia do enterro do Seu Pipoca, que morou na Rocinha por 60 anos, incentivando os vizinhos a andar de bicicleta. Na segunda-feira (14), ele foi atingido enquanto tentava se proteger de uma troca de tiros entre bandidos e policiais.

As estatísticas divulgadas nesta quinta mostram um aumento de mortes violentas.

Os homicídios aumentaram quase 9% em abril, em relação ao mesmo mês de 2017; e as mortes provocadas pela polícia em confrontos subiram 26%.

Mesmo diante desses números assustadores, alguns índices melhoraram. Os roubos tiveram queda. Na categoria que reúne os assaltos a pedestres, a ônibus e os roubos de celular, as ocorrências diminuíram 12%. Abril também teve menos carros roubados, queda de quase 5%; e o roubo de cargas, um dos alvos principais da intervenção, caiu 13%.

Os comandantes esperam apresentar números melhores quando começarem a usar o dinheiro que foi a principal promessa do governo federal: a ajuda de R$ 1,2 bilhão foi anunciada pouco depois da intervenção. A votação no Congresso, que autoriza essa despesa, só foi feita dois dias atrás.

“O crédito já existe, o dinheiro já está disponível. O que que nós fizemos até então? Nós não estamos parados. As planilhas estão todas elaboradas. Nós temos o levantamento, temos os dados, sabemos onde vamos aplicar estes recursos. Agora, isso vai começar a ser feito de uma maneira correta e legal”, disse o secretário de Segurança Pública do RJ, Richard Nunes.

O secretário de Segurança disse que mais policiais vão estar nas ruas desde já: “Nós colocamos cerca de 1.500 policiais a mais nas ruas. Isso é fundamental. Por dia! Aumentando a ostensividade. Nós temos que ter uma presença mais efetiva do policiamento. As pessoas têm que ver a polícia, têm que se sentir mais protegidas”.

Os problemas vão além. Quem busca socorro nas delegacias encontra uma estrutura precária. Uma delas não tem nem banheiro e só permanece aberta graças a doações.

O secretário acha que moradores e comerciantes que já pagam impostos não podem ser responsáveis pela sobrevivência de delegacias e promete solucionar o problema com o dinheiro do novo fundo de segurança, que vai ser formado com os royalties do petróleo até o fim de 2018.

Enquanto isso, a delegacia segue pedindo itens básicos pela internet como papel higiênico e copos descartáveis. Os policiais se oferecem até para retirar as doações, quer dizer, dependendo da localização, porque gasolina é outro item que a polícia não tem de sobra.


Fonte: Jornal O Globo 

Além disso, verifique

ENEL PODE TER CONCESSÃO SUSPENSA NO BRASIL

Alexandre Silveira acusa Aneel de inação e diz que não há “qualquer indicativo” de renovação ...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *