Por que acompanhar e no que prestar atenção durante o primeiro embate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos.
O primeiro debate oficial entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos ocorrerá na noite desta segunda-feira, na Universidade Hofstra, em Nova York. A democrata Hillary Clinton vai enfrentar o republicano Donald Trump no que deve ser um dos eventos com maior audiência televisiva da história do país. A transmissão pode bater o encontro de Jimmy Carter e Ronald Reagan, em 1980, que atraiu 80 milhões de espectadores.
O debate, que terá duração de 90 minutos, está marcado para começar às 21h no horário local (22h de Brasília), com moderação do âncora Lester Holt, da emissora NBC. Os brasileiros poderão acompanhar a disputa, que será transmitida pela CNN e pela BandNews, na TV a cabo. Outra opção são as transmissões on-line no YouTube, como o canal da emissora NBC e o canalAmigo Gringo (com cobertura em português), ou nas páginas do Facebook de vários veículos americanos, como ABC News e BuzzFeed News.
Alguns fatores tornam o primeiro confronto entre Hillary e Trump um evento imperdível, mesmo para quem não é americano. Confira 6 motivos para acompanhar o debate histórico:
1. Empate técnico
A poucas horas de subirem ao palco, Hillary e Trump aparecem tecnicamente empatados em diversas pesquisas de intenção de voto. De acordo com o site Real Clear Politics, a ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado tem 45,9% das preferências, com uma ligeira vantagem sobre Trump, que detém 43,8%. Uma sondagem publicada pela Bloomberg também indica que os dois candidatos estão praticamente em empate técnico. O debate desta segunda-feira pode alterar os resultados das pesquisas das últimas semanas e finalmente colocar um dos candidatos na liderança.
2. Abordagem de temas pessoais
O debate promete discussões tensas entre os candidatos, com tendência a confrontos envolvendo questões pessoais e do passado de Trump e Hillary. A democrata deve enfrentar ataques de Trump contra o uso de seu e-mail privado quando era secretária de Estado no primeiro mandato de Barack Obama e por ter tentado esconder uma pneumonia durante a campanha eleitoral. Já Hillary pode alfinetar o magnata por sua falta de experiência na política, por se negar a divulgar seu Imposto de Renda e por seu comportamento temperamental.
3. Formato livre
O debate desta noite será dividido em três grandes temas: “A Direção da América”, “Conquistando Prosperidade” e “Protegendo a América”. Cada um dos três blocos será dividido em dois segmentos de quinze minutos que podem estar focados em economia, educação, relações exteriores e defesa, mas abrem uma margem mais ampla de perguntas, o que dá ao debate um formato mais livre e espontâneo. O apresentador irá iniciar cada segmento com uma pergunta e cada candidato terá dois minutos para responder. Hillary e Trump também terão a oportunidade de responder uns aos outros. Além disso, o microfone dos candidatos costuma ficar ligado em todos os momentos, o que abre brechas para interrupções e pequenos confrontos durante as respostas.
4. Imprevisibilidade de Trump
Ao contrário de Hillary, a experiência de Trump no jogo político é limitada. Além disso, sua personalidade polêmica faz com que ele seja imprevisível ao ter de lidar com perguntas preparadas para encurralar os candidatos. Os eleitores irão conhecer um Trump moderado ou o magnata deve manter a linha da irreverência? O republicano já participou de debates durante as primárias, mas nunca teve espaço para falar por mais de trinta minutos. No passado, Trump esteve mais focado no estilo controverso do que em detalhar suas propostas. Desta vez, ele terá quase 45 minutos para falar de suas ideias e deve ser mais pressionado a esclarecer seus pontos de vista.
5. Terrorismo em alta
O terrorismo é um dos principais pontos nas campanhas dos dois candidatos. Hillary e Trump devem explicar como pretendem enfrentar essa ameaça dentro dos Estados Unidos e fora, abordando formas de combater o grupo extremista Estado Islâmico (EI).
6. Questões raciais e violência policial
Casos de violência policial contra negros geraram protestos intensos nos Estados Unidos – até o ponto em que um atirador, motivado pela vingança, assassinou cinco policiais em Dallas, em julho. Os candidatos devem ser pressionados a discutir o assunto e explicar de forma objetiva como pretendem proteger tanto os negros como os policiais. Além de espinhoso, o tema é importante porque ambos querem atrair os votos da população negra.