GUERRA PELA SUCESSÃO DO PALÁCIO GUANABARA: PAES TRAVA OFENSIVA CONTRA MANOBRA QUE COLOCA BACELLAR NO COMANDO DO ESTADO

Xadrez do Poder: Paes desafia Bacellar e expõe bastidores explosivos da sucessão no Rio.

Sem tiros de bombas ou ataques aéreos, uma verdadeira guerra começa a eclodir. Embora ainda velada, a sucessão para o cargo de governador para o Estado do Rio de Janeiro, sacode os bastidores da política e ensaia uma dura batalha entre dois políticos, Eduardo Paes (PSD) e Rodrigo Bacellar (União Brasil).

Dr.Victor Travancas e/Thiago Pampolha vice governador (Foto divulgação) 

Essa semana, o advogado Victor Travancas, conhecido por suas ações populares contra nomeações públicas, afirmou que Pampolha não possui os requisitos necessários para o cargo e anunciou sua intenção de impedir a nomeação por meio de processos judiciais. Travancas protocolou um pedido de suspeição em torno da nomeação de Thiago Pampolha para o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) envolvendo questões jurídicas e políticas.

Travancas, que já exerceu cargos no governo estadual, incluindo subsecretário adjunto do Gabinete do Governador e diretor do Arquivo Público do Estado, é reconhecido por sua postura crítica em relação à administração pública. Ele tem utilizado ações populares para questionar nomeações e práticas no governo, buscando promover maior transparência e responsabilidade.

Por outro lado, a indicação de Pampolha ao TCE-RJ também é vista como estratégica dentro do cenário político estadual. A vaga no tribunal é considerada vitalícia e de grande influência, o que pode afetar a sucessão política no estado. Há especulações de que a nomeação de Pampolha ao TCE-RJ esteja relacionada a acordos políticos visando as eleições de 2026.

Em 21 de maio de 2025, Pampolha foi efetivamente nomeado conselheiro do TCE-RJ, renunciando ao cargo de vice-governador para assumir a nova posição.

Portanto, a suspeição levantada por Victor Travancas reflete um conflito entre a legalidade e a política, envolvendo interpretações sobre os requisitos para o cargo de conselheiro e as implicações dessa nomeação no cenário político do Rio de Janeiro.

Articulação política no Rio de Janeiro: A nomeação de Pampolha ao TCE e o xadrez sucessório rumo às eleições de 2026

A recente nomeação de Thiago Pampolha ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) expõe não apenas uma escolha administrativa, mas uma meticulosa e estratégica articulação política que pode redefinir os rumos da sucessão ao governo estadual fluminense. O movimento, que retira Pampolha da vice-governadoria, tem como pano de fundo a preparação para a corrida eleitoral de 2026 e revela um plano sucessório cuidadosamente construído nos bastidores do poder estadual.

A movimentação: de vice-governador a conselheiro vitalício

Thiago Pampolha (União Brasil), até então vice-governador do Rio, foi nomeado em maio de 2025 como conselheiro do TCE-RJ. A vaga no tribunal, uma das mais cobiçadas do serviço público fluminense por sua natureza vitalícia e poder fiscalizatório, passou a ser objeto de intensa disputa política. A escolha de Pampolha para o cargo gerou controvérsias — especialmente por alegações de que ele não preencheria todos os requisitos técnicos exigidos pela Constituição Federal (art. 73, §1º) e pela Constituição do Estado do Rio de Janeiro.

A nomeação, no entanto, foi efetivada. Com isso, o Palácio Guanabara abriu caminho para a reconfiguração da linha sucessória estadual.

Bacellar em ascensão

Com a saída de Pampolha do cargo de vice-governador, a presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), atualmente ocupada por Rodrigo Bacellar (PL), torna-se uma peça-chave no tabuleiro. Segundo a Constituição Estadual do Rio de Janeiro (art. 109), em caso de vacância simultânea do governador e do vice, o presidente da Alerj assume interinamente o Executivo até que sejam realizadas novas eleições indiretas (nos dois primeiros anos do mandato) ou até o final do mandato (nos dois últimos anos).

Esse movimento ganha força com os indícios cada vez mais claros de que o atual governador Cláudio Castro (PL) pretende disputar uma vaga ao Senado Federal em 2026. Para isso, será necessário que ele se desincompatibilize do cargo até seis meses antes do pleito, conforme determina a Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições), art. 1º, inciso II.

Assim, ao renunciar, Castro deixaria o cargo vago e, com a vice-governadoria também desocupada, Rodrigo Bacellar ascenderia automaticamente ao governo do Estado, o que o colocaria em posição privilegiada para disputar a reeleição ao Palácio Guanabara, já no exercício do cargo.

Manobras e críticas

Críticos do arranjo, como o advogado Victor Travancas, acusam o governo de usar cargos de controle externo — como o TCE-RJ — como moeda de barganha política, em uma estratégia para “quebrar” o sistema democrático de sucessão. Travancas moveu ação popular questionando a nomeação de Pampolha, alegando ausência de requisitos como notório saber jurídico ou contábil, conforme exige o artigo 73 da Constituição Federal.

Ademais, a composição atual do TCE-RJ, marcada por escândalos e conselheiros afastados por corrupção, também foi alvo de críticas por parte do advogado, que vê a corte como “uma vergonha” para o estado.

O jogo sucessório

A renúncia de Pampolha também garante que ele não esteja mais apto a assumir o governo em eventual vacância, removendo obstáculos a Bacellar. Para aliados do presidente da Alerj, isso elimina uma peça incômoda do tabuleiro. Com o apoio de Castro e acesso à máquina administrativa como governador interino, Bacellar ganharia musculatura para a disputa majoritária de 2026 com grande vantagem.

Considerações legais e políticas

A manobra, ainda que legal, levanta questões éticas sobre o uso de cargos técnicos como instrumentos de composição política. A Constituição Brasileira permite que conselheiros do TCE sejam indicados por chefes do Executivo e aprovados pelo Legislativo, mas exige critérios técnicos e morais que, frequentemente, são deixados de lado em nome da conveniência política.

Conclusão

A sucessão no Rio de Janeiro em 2026 começa a se desenhar muito antes das convenções partidárias. A nomeação de Thiago Pampolha ao TCE-RJ parece menos um prêmio por serviços prestados e mais uma jogada estratégica que libera o tabuleiro para que Rodrigo Bacellar, com apoio do atual governo, se projete como o próximo nome forte na disputa pelo Executivo estadual. O eleitor fluminense, por sua vez, assiste à consolidação de alianças que moldam o futuro político do estado fora do crivo das urnas.

Eduardo Paes e a estratégia sucessória: fortalecimento das bases e oposição ao presidente da Alerj

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), tem demonstrado uma postura estratégica e assertiva em relação à sucessão estadual de 2026. Apesar de afirmar que concluirá seu mandato municipal, Paes tem se movimentado para consolidar sua base política e se posicionar como uma alternativa à candidatura do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), ao governo do estado.

Fortalecimento das bases e articulação política

Em janeiro de 2025, durante a cerimônia de posse de seu quarto mandato, Paes fez questão de destacar o vice-prefeito Eduardo Cavaliere (PSD), chamando-o de “síntese da continuidade” e representando uma “renovação” na gestão municipal. Essa declaração foi interpretada como um movimento para consolidar sua base política e sinalizar uma possível sucessão interna, fortalecendo sua posição no cenário político estadual.

Críticas à Alerj e confronto com Bacellar

Paes tem sido crítico da atuação da Alerj, especialmente em relação à influência de Bacellar sobre o governo estadual. Em entrevista ao jornal O Globo, o prefeito acusou a Casa Legislativa de “ameaças” e “extorsões” contra o governador Cláudio Castro (PL), insinuando que Bacellar exerce um controle indevido sobre o estado. Em resposta, Bacellar rebateu duramente as críticas, comparando a Alerj a um “puxadinho” da prefeitura e defendendo a autonomia do parlamento estadual.

Articulações para a presidência da Alerj

Paes também tem se movimentado nos bastidores para organizar uma chapa de oposição à reeleição de Bacellar à presidência da Alerj. Aliados do prefeito, como o deputado federal Pedro Paulo (PSD), têm sondado caciques de outros partidos, como PP e MDB, para formar uma frente que dispute o comando da Casa Legislativa. Essa articulação visa reduzir a influência de Bacellar e fortalecer a posição de Paes na política estadual.

Perspectivas para 2026

Embora Paes afirme que concluirá seu mandato municipal, suas ações indicam que ele está se preparando para uma possível candidatura ao governo do estado em 2026. A movimentação política em torno da sucessão estadual e as críticas direcionadas a Bacellar sugerem que o prefeito busca consolidar sua base e se posicionar como uma alternativa viável à candidatura do presidente da Alerj. O cenário político fluminense para as eleições de 2026 promete ser marcado por intensas articulações e disputas pelo comando do estado.

Em resumo, Eduardo Paes tem adotado uma postura estratégica, fortalecendo suas bases políticas e se posicionando como um adversário à candidatura de Rodrigo Bacellar ao governo do Rio de Janeiro. Suas articulações e críticas à Alerj refletem sua intenção de influenciar o cenário político estadual e consolidar sua posição para as eleições de 2026.

 

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