A atuação do grupo de matadores é assunto frequente entre moradores de bairros de Petrópolis.
A maior facção criminosa do Estado do Rio passou a contar com um grupo de bandidos de Petrópolis para a prática de assassinatos na Região Serrana do estado. Os alvos são, principalmente, pessoas que não conseguem pagar dívidas referentes a drogas e integrantes de quadrilhas rivais. O bando, segundo investigações, conta com uma lista de desafetos a serem executados. A atuação dos matadores ocorre em meio a uma disputa por pontos de venda de entorpecentes.
Atualmente, a comunidade Independência e o bairro Duarte Silveira, em Petrópolis, estão sob o controle de uma facção rival. No restante da cidade, o tráfico de drogas é comandado pela maior facção do estado. Investigações da delegacia do município, a 105ª DP, já reuniram provas da participação do grupo de matadores em três homicídios ocorridos no ano passado. Há a suspeita de envolvimento do bando em pelo menos outros dois.
O grupo tem conexão com traficantes do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, afirmam policiais civis que o investigam. Essa ligação foi descoberta durante a apuração da morte de um adolescente de 17 anos na comunidade Chapa 4, em Petrópolis. Testemunhas relataram a agentes que, após terem assassinado o jovem, os criminosos picharam num muro “Tropa do Urso”, numa alusão à quadrilha que atua no conjunto carioca de favelas.
Investigações apontam ainda que um acusado de integrar o grupo de matadores, Sérgio Luís Izídio de Oliveira, conhecido como Serginho Capeta, vem se escondendo no Complexo da Penha. Traficantes da região são os responsáveis pelo fornecimento das drogas vendidas na Chapa 4.
Um antigo chefe do tráfico na comunidade de Petrópolis, identificado como Tigrão, tinha dívidas com a quadrilha do Rio. Ele desapareceu, e o adolescente assassinado havia assumido seu lugar. Foi morto porque também não pagou a conta.
A atuação do grupo de matadores é assunto frequente entre moradores de bairros de Petrópolis onde há venda de drogas. O temor é de uma onda de homicídios.
Tráfico rentável na cidade
Testemunhas relataram à polícia que um dos supostos integrantes do grupo de matadores, Bruno Jardim Quitanilha, o BJ, costuma se vangloriar pelos assassinatos e se utiliza disso para fazer ameaças.
Diante desse cenário, o delegado titular da 105ª DP (Petrópolis), João Valentim, afirma que as investigações sobre o bando são uma prioridade para sua equipe. Para ele, o interesse da maior facção criminosa do estado pela Serra se explica pela rentabilidade do tráfico em Petrópolis.
Essa facção tem um projeto de hegemonia que não vemos apenas aqui, mas em outras localidades da Região Serrana. Sem deixar de lado outros crimes, posso dizer que a investigação dos homicídios praticados pelo grupo é uma prioridade da delegacia disse Valentim.
Fonte: Jornal Extra