O embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, afirmou que “tais ações não serão deixadas sem consequências”.
Potências ocidentais acusam o regime sírio da autoria de ataque químico na semana passada.
Putin acusa EUA de ajudarem terroristas com seu ataque contra a Síria.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou neste sábado (14) de “agressão contra um Estado soberano” o ataque dos Estados Unidos e seus aliados contra a Síria, e acusou Washington de ajudar com sua ação os terroristas que atuam no país árabe.

disse Putin, em comunicado divulgado pelo Kremlin.
O líder russo ainda pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.

Apoiados por França e Reino Unido, os Estados Unidos decidiram retaliar o regime de Bashar al-Assad pelo suposto ataque químico em Duma. Na madrugada deste sábado (14) foram lançados bombardeios na Síria.
Segundo a ministra da Defesa da França, os ataques aéreos atingiram o “principal centro de pesquisas” e “duas unidades de produção do programa clandestino químico” do regime sírio.
Esses alvos estariam situados nos arredores de Damasco e na província de Homs. O Exército sírio afirmou que três civis ficaram feridos pelos ataques na cidade.

A porta-voz do ministério russo das Relações Exteriores Maria Zajarova escreveu no Facebook: “os que estão por trás de tudo isto afirmam ter a liderança moral no mundo e declaram ser excepcionais, e realmente têm que ser muito excepcionais para bombardear a capital da Síria no momento em que havia a oportunidade de se ter um futuro pacífico“.
ONU pede moderação diante de atuais ‘circunstâncias perigosas’
Secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o Conselho de Segurança tem como ‘principal responsabilidade a manutenção da paz’.
António Guterres, pediu neste sábado (14), aos países-membros da organização, que mostrem moderação “nestas circunstâncias perigosas” e respeitem o direito internacional.

Guterres reagiu nesses termos ao ataque lançado nas últimas horas pelos Estados Unidos, Reino Unido e França contra alvos na Síria, como represália pelo suposto uso de armas químicas na cidade de Duma há uma semana.
“Peço a todos os estados membros que mostrem moderação nestas circunstâncias perigosas e evitem qualquer possível escalada da situação e o sofrimento do povo sírio“, disse Guterres, através de um comunicado.
Ele também lembrou que o Conselho de Segurança tem como “principal responsabilidade a manutenção da paz e a segurança”, e pede que seus membros se unam “e assumam essa responsabilidade”.
Primeira-ministra britânica afirmou que se esgotaram os canais diplomáticos possíveis.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse neste sábado (14) que “não há alternativa praticável ao uso da força” na Síria, ao confirmar o envolvimento militar de seu país na ofensiva conjunta adotada contra o regime de Bashar al-Assad.
A líder conservadora indicou que se esgotaram “todos os canais diplomáticos possíveis” antes de concordar com os Estados Unidos e a França uma ação coordenada em resposta ao suposto ataque cometido por Assad com armamento químico no sábado passado na cidade de Duma.
Macron afirma que não se pode tolerar banalização do uso de armas químicas
O presidente da França, Emmanuel Macron, confirmou nesta sexta-feira (13) que ordenou às forças armadas do seu país que intervenham na Síria junto ao Reino Unido e aos Estados Unidos porque “não se pode tolerar a banalização do uso de armas químicas”.
Em comunicado, Macron ressaltou que o ataque “está circunscrito às capacidades do regime sírio que permitem a produção e o emprego de armas químicas” e explicou que o parlamento francês será informado da ofensiva e se abrirá um debate parlamentar, como estipula a Constituição.
A operação militar foi “legítima, proporcional e objetiva”, disse neste sábado (14) o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian. “A escalada química na Síria não é aceitável”, disse Le Drian em uma declaração no Palácio do Eliseu ao lado da ministra da Defesa, Florence Parly.
Os três países lançaram o ataque contra as “capacidades de armamento químico” de Bashar al-Assad e em resposta a um suposto ataque químico atribuído ao governo sírio.

O presidente americano, Donald Trump, explicou que a ofensiva teve como objetivo “estabelecer um forte elemento de dissuasão contra a produção, propagação e uso de armas químicas” por Assad.
A ação combinou ataques aéreos e mísseis projetados a partir de navios no Mediterrâneo, segundo informou o Pentágono.

Inspetores da Organização para Proibição de Armas Químicas (Opaq) estão previstos para chegar na Síria e começar a trabalhar em Douma neste sábado.
A cidade, na região que era ocupada por rebeldes e foi retomada pelo regime sírio, teria sido alvo de um suposto ataque químico em 7 de abril, ainda sem confirmação, nem indicação de responsáveis pelo crime. Além de coletar amostras, os agentes vão procurar outras pistas que possam confirmar ou não ou uso de armas químicas na ofensiva. No entanto, a organização não é encarregada de encontrar um culpado.
Síria nega ter armas químicas e assegura que seu uso é inaceitável
O presidente Assad negou a acusação, mas concordou em assinar a Convenção sobre Armas Químicas e destruir o arsenal químico declarado da Síria.
Especialistas de uma missão conjunta da ONU-OPAQ também disseram ter certeza de que as forças do governo usaram sarin em um ataque em abril de 2017 contra Khan Sheikhoun, que teria matado mais de 80 pessoas.
O presidente Assad disse que a acusação foi fabricada, mas, em retaliação, os EUA realizaram um ataque com mísseis de cruzeiro contra uma base aérea síria.
A missão da ONU-OPAQ também descobriu que as forças do governo usaram o gás de cloro como arma em pelo menos três ocasiões durante a guerra civil.

Antonio Alexandre, Magé|Onine.com
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