Escolha de Witzel para representar o PMB revolta filiados e pode comprometer agremiação nas urnas

Após convenção, Emir Larangeira entrega carta de desfiliação e classifica escolha de Witzel de ‘Trapaça política.’ ‘Não serei eu o palhaço neste circo de horrores!”

Indignação e burla, sentimentos nutridos por grande parte dos correligionários que compareceram no sábado, 30 de julho a Convenção do Partido da Mulher Brasileira (PMB), na capital fluminense. Diante de centenas de militantes e candidatos ao pleito proporcional, o nome do ex-comandante da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Emir Larangeira, embalado para representar o partido ao cargo majoritário ao governo estadual, foi na última hora preterido pela agremiação, escolhendo o então ex-governador Wilson Witzel, como o candidato oficial para representar o partido nas eleições para o governo.
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Repercussão Negativa

Nas redes sociais e redações de imprensa, a repercussão foi imediata.  Críticas dirigidas ao partido quanto a escolha do candidato, esquentaram o ambiente midiático e imediatamente tomou conta das redações, que tanto quanto os militantes do partido, demonstraram indignação na indicação de Witzel, salientando a maioria dos votos pelos membros da comissão executiva estadual.

Inelegibilidade.

Em abril de 2021, o ex-juiz sofreu impeachment por decisão unânime do Tribunal Especial Misto do TJ-RJ, formado por cinco deputados e cinco desembargadores. Como resultado, perdeu definitivamente o cargo de governador e se tornou inelegível por 5 anosO STF manteve a condenação de Witzel em 2021, por crime de responsabilidade.

‘Trapaça Política’

Imediatamente após anunciado a escolha do representante da agremiação, Emir Larangeira,  entregou ao presidente regional do partido, Sidclei Nogueira, sua carta de desfiliação. Segundo destacou a imprensa, a carta já estava no bolso do de Emir durante a votação, pois já desconfiava do que tratou como “trapaça politica” a condução da escolha do partido para concorrer ao governo do Rio.  Em declaração a RedeTV+, Emir disse que vai “descansar” para decidir com calma o seu destino político que, segundo ele, só tem uma certeza: seguirá em frente.

O coronel reformado da PM Emir Larangeira, caminhava como pré-candidato pelo partido e  chegou inclusive a ser entrevistado por diversos veículos por sua pontuação crescente nas pesquisas de opinião pública.
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Abaixo a reprodução na íntegra da carta de desfiliação entregue ao partido. Declarações expressas por sentimentos de repúdio e indignação, marcam a reflexão do comportamento leviano com que o partido se coloca diante do quadro eleitoral:

“1. Desde a minha filiação no PMB, – com garantia dada por seus representantes legais de que eu poderia exercitar uma política limpa, sem trapaças ou ajustes inconfessáveis, – desde a minha filiação ao partido acreditei nisso e me dispus a lutar com todas as minhas forças para ocupar o governo do RJ e executar minhas propostas a partir de diagnósticos e planejamentos organizacionais sérios e de políticas públicas de Estado e não de Governo – meu Objetivo Geral.

2. Nos últimos meses, conheci pessoas idealistas e algumas ideológicas, formando um emaranhado de interesses bons e ruins em minha curta visão. Lidei, sim, com gentes animadas por ideais, e outras poucas gentes extremistas (de ambos os lados) e desviadas de uma política eleitoral saudável, segunda situação que raramente ocorreu, para minha alegria.

3. Mesmo diante a diversidade de pensamentos, porém animado por bons ideais, meus e de terceiros, resolvi ir em frente na campanha, até que comecei a perceber certo desagrado do partido, por seus representantes, autoproclamados “fundadores”, em vista de minhas firmes posturas ante interesses e sugestões além da minha capacidade de “articulação extra-votos”. Enfim, rechacei “missões” que Maquiavel já denunciara fingindo elogiar. Percebi então que eu não me ocuparia em apenas conquistar votos, expondo ideia futuras e reclamando de gestões várias que levaram o RJ à degeneração, o que se provou com diversas prisões e condenações de governantes e dirigentes corruptos, em grave desrespeito ao povo afetado por uma Pandemia.

4. No cenário cultural com o qual me deparei, seria até extraordinário contar no comando partidário com pessoas idealistas. Constatei, porém, pessoas determinadas a provar uma prática diferente da cultura do “rouba mas faz”. Engano meu, logo sentido quando vi, sem mais força de impedir, a aparição de um personagem abjeto, um ex-fuzileiro naval de história fraca, e ex-juiz de direito capaz de trocar a solenidade da magistratura por uma cadeira política, algo por demais inusitado e cheirando corrupção à vista, como ficou política e judicialmente comprovado. Com esta ingênua e errônea impressão, achei normal que ele, ex-juiz sem vocação e ex-militar recalcado, pedisse vaga para a esposa disputar uma cadeira na Câmara Federal, enquanto que ele, filiando-se, embora inelegível em muitas instâncias da Justiça e respondendo a muitos procedimentos sigilosos, estaria apenas “acompanhando a esposa” em sua labuta eleitoral.

5. Ocorre que, inusitadamente, nesses quinze dias de pré-campanha, – com a convenção marcada, – ele saiu do seu pântano fedegoso e declarou ao partido e à sociedade que disputaria uma vaga para concorrer a governador do RJ, ou seja, a minha vaga adrede garantida pelo comando do PMB. Mais estupendo é que o partido, por meio de seus contraditórios dirigentes, entendeu que “a lei” o permitia agir assim, embora a moralidade o impedisse caso aqui fosse um país sério.

6. Claro que o espanto me tomou, assim como muitos pré-candidatos que comigo expandiam seus ideais se indignaram com o fato. E aqui se inicia o problema, pois o partido, agindo como um “pequeno tirano”, aquele denunciado em verso por Cecília Meireles, pôs numa espécie de “curral” ou “chiqueiro” seus pré-candidatos, ressalvadas as exceções, impondo-lhes a necessidade de votação na convenção para legitimar a ilegalidade da intenção de um político corrupto, réu em muitos processos e indiciado em inquéritos de corrupção, repaginando uma triste história recente que muito fragilizou a sigla partidária por mim abraçada.

7. Ora bem, no meu caso, e por muitas avaliações pessimistas, ocorreu-me não “bater chapa” com o exótico personagem, que de governante se tornaria criminoso muitas vezes denunciado e processado por corrupção, além de também eu desconhecer quem me seria o vice-governador, algo estranho em se tratando de lugar estratégico.

8. Enfim, tal ocultação por parte da agremiação partidária vinha me causando espécie e reforçando a tese duma conspiração contra a minha candidatura, sem dinheiro, mesmo assim pontuando um quarto lugar no certame, sendo certo que há tempo de tais situações aparentemente adversas se tornarem mais positivas nas urnas num primeiro turno, devido ao árduo trabalho que venho exercitando em busca da legitimidade que entendo ser a ideal: uma campanha projetando transparência na administração pública, cuja estrutura vem deformada desde a fusão do RJ com a Guanabara, passando pela abertura e por sucessivos governos eleitos que assumiram o poder para destilar ódio e roubar sem pudor.

9. De modo que já sei não haver propósito igual nem semelhante ao meu. Entretanto, não vi ânimo no partido para tanto, exceto no caso de pré-candidatos que pensam como eu. O resto é “mais do mesmo”, e não poderia haver outro desfecho a não ser minha irrevogável decisão de não permanecer partido por considerar absurda a tese da disputa em convenção com um personagem criminoso inelegível.

10. Como pleiteante a cargo político, capaz de aceitar embate de voto com um suspeito de corrupção, cujos processos lhe têm sido desfavoráveis, todos vinculados a más gestões e à corrupção, seria como disputar a vaga de governante com um traficante do tipo Fernandinho Beira-Mar, algo ignorado pelo partido. Ora, até pensei ser possível jogar esse jogo sujo para manter o equilíbrio do partido e de seus pré-candidatos a cargos parlamentares. Mas talvez a tal exceção a esta regra traçada pelos dirigentes do PMB dê certo e tudo termine “bem”…

11. Com esse ânimo, ou desânimo, mesmo tendo anunciado à mídia interessada que eu iria em frente, rendo-me aos meus valores e não abdico deles sob quaisquer pretextos, por mais “adocicados” que o sejam, ainda mais impostos a ferrão como apenas uma “causa”. Tal situação me poderia soar falsa diante da realidade de uma campanha forjada no lugar-comum do “quem dá mais”…

12. Quanto ao concorrente, que trapaceou com o discreto aval de um partido que deveria se insurgir contra tamanha aberração, cabe-me também rejeitá-lo como candidato, o que faço em caráter irretratável, para que eu possa sair do mundo tal como nele cheguei e vivi: na humildade material e na grandeza moral ensinada por meu pai, e que pretendo alcançar depois de pedir mil perdões a Deus como um ser defeituoso e cheio de pecados.

13. No fim de contas, sei que não é mais hora de transigir com a fedentina política em que me meti de boa intenção. Agora saio do partido por minha conta, desejando aos pré-candidatos muita sorte e todo o meu apoio as suas boas causas, mesmo fora da disputa. Quanto ao PMB e seus dirigentes, não vejo como falar além do que já disse.

14. Por uma questão de respeito aos pré-candidatos, estou expedindo esta decisão, de modo que o partido ceda ao concorrente a legenda sem a preocupação de assistir a uma contenda de “camarote romano”, com o povo divertindo-se ao ver os leões destroçarem a carne de muitos cristãos e delirando ante o sangue derramado. Não foi nem será o meu sangue! Com certeza, não será o meu sangue!… Não serei eu o palhaço neste circo de horrores!”

O Rio de Janeiro, atualmente comandado por um Paulista de Santos, anteriormente por outro de Jundiaí, vai amargando por rasões já conhecidas através das bandalheiras de transposições das água fluminense para saciar a sede alheia.


Antonio Alexandre, RedeTV+ Notícias 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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