Ministro ainda classificou como “insensatez” e “manobra política” do presidente venezuelano Nicolás Maduro a investida contra o país vizinho.

O ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, afirmou nesta segunda-feira que não será permitido “em hipótese nenhuma” a invasão da Guiana pela Venezuela via território brasileiro. O ministro ainda classificou como “insensatez” e uma “manobra política” do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a ameaça de invasão à região do país vizinho para recuperar o Essequibo, uma região em disputa que representa mais de 70% do território da vizinha Guiana. Mucio tratou sobre o tema em um almoço com jornalistas na sede da Marinha em Brasília.
Nossa atribuição é a preservação do território nacional. Temos uma fronteira… eles só chegarão na Guiana, se passassem, pelo território brasileiro e nós não vamos permitir em hipótese nenhuma. Isso é uma manobra política dele, se fosse perto das eleições eu não me preocuparia muito, mas não vai passar.
Brasil isento no conflito
Múcio afirmou, no entanto, que o Brasil não irá se envolver em um eventual conflito. O ministro admitiu que as Forças Armadas brasileiras vão reforçar seu efetivo em Roraima, próximo a fronteira com Guiana e Venezuela. Ele alegou que o reforço de veículos do Exército para a região já era algo planejado pelo governo federal, mas que foi acelerado para evitar “qualquer problema” na tensão diplomática que existe na região.
“O Brasil não vai se envolver em hipótese nenhuma. O presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] dá consciência disso e nós já reforçamos. Já era ideia nossa reforçar Roraima porque Roraima tem o problema dos índios, problema dos garimpeiros, problema de drogas, problema de todo mundo. Evidentemente, que precipitamos e estamos aumentando o contingente lá em um tempo mais curto para evitar qualquer problema”, disse o ministro da Defesa.
Pressão
Após a pressão brasileira e um telefonema de Lula para o ditador venezuelano, ficou marcado para esta próxima quinta-feira, 14, um encontro entre Maduro e o presidente guianense, Irfaan Ali, na ilha caribenha de São Vicente e Granadinas. O governo federal escalou para a reunião o o chefe da assessoria especial da Presidência, Celso Amorim.
O Exército enviou 20 blindados para Roraima após o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, anunciar a vitória do plebiscito que chancela as suas pretensões de anexar um terço do território da Guiana. Os veículos partiram do Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.
Nesta última quinta-feira, 7, dois militares ficaram feridos após a explosão de um caminhão da Força explodir na BR-401, rodovia que dá acesso à fronteira entre o Brasil e a Guiana. Eles foram socorridos com ferimentos leves e encaminhados para um hospital em Boa Vista, capital roraimense. De acordo com o Exército, as causas do acidente ainda estão sendo apuradas.

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