Delegacias da Baixada Fluminense batem recorde de prisões

O grande número de prisões fez com que outros crimes também apresentassem declínio.

Em uma manhã de setembro do mês passado, três pessoas foram assaltadas em diferentes cidades da Baixada Fluminense. Em comum, o assaltante tinha barba e cavanhaque verdes. As vítimas relataram a descrição em diferentes delegacias e as informações foram enviadas para um grupo de WhatsApp que reúne as 19 unidades policiais da Baixada Fluminense. Em pouco tempo, os investigadores conseguiram identificar o assaltante em série. Chamado de Coringa, ele foi preso em outubro.

O trabalho com informações compartilhadas no grupo intitulado ‘Roubos na Baixada’ resultou em um recorde: nunca se prendeu tanto na Baixada quanto em 2019. Houve um aumento de 201% nas prisões dos chamados roubadores, com mandado expedido, passando de 213 prisões em 2018 para 609 no ano passado.

“Todo assalto é um latrocínio (roubo seguido de morte) em potencial. O assaltante pode estar com uma faca, uma arma e disparar por qualquer susto da vítima”, afirma o delegado Felipe Curi, diretor do Departamento de Polícia da Baixada, que reúne as delegacias espalhadas por 13 municípios. Somente em outubro, quando ele coordenou uma operação visando somente assaltantes, o número de prisões feitas pelas 19 delegacias superou as da capital, que possuem 80 unidades policiais.

“O que percebemos é que os assaltantes roubam em cidades diferentes para dificultar a investigação. Mas através de medidas simples, como a criação do grupo de troca de informações entre as delegacias, conseguimos unir os registros de ocorrência. Isso faz com que o assaltante fique mais tempo preso”, conclui Curi.

Mudanças podem explicar bons resultados

Além da integração, outras mudanças foram realizadas nas delegacias que podem explicar os bons índices. “Conseguimos autorização para a queima de material entorpecente apreendido. Isso gera menos trabalho para os agentes. Também incentivamos o trabalho de inteligência, com treinamento na área”, explicou Curi.

Outras mudanças foram realizadas, como a alteração das chamadas Centrais de Flagrante de delegacias com mais registros. “Campos Elísios passou a ser a Central de Flagrante ao invés da delegacia de Duque de Caxias. Isso fez com que os policiais pudessem cuidar mais dos inquéritos já em andamento”, disse o chefe do Departamento da Baixada.

O grande número de prisões fez com que outros crimes também apresentassem declínio. Em Duque de Caxias, além de apresentar a maior redução de roubos de rua, também apresentou a maior queda no número de mortes por intervenção de agente do estado. Uma das explicações dos delegados é a de que as investigações com autoria elucidada levam a um maior número de criminosos identificados e presos, tirando das ruas possíveis criminosos que possam entrar em confronto com a polícia.

Traficantes por trás de outros crimes

As unidades da Baixada também apresentaram bons resultados em relação a outros crimes. No total de 1.951 presos, foram 208 homicidas, 117 milicianos, 217 traficantes e 127 agressores domésticos.

As investigações mostraram que a maior parte dos roubos praticados na Baixada é incentivada e sustentada por traficantes de drogas que, para garantir mais lucro, emprestam armas para a prática dos mais variados tipos de roubos: ônibus, carga, transeuntes e ao comércio.

Além disso, algumas investigações conseguiram desvendar a falsa comunicação de roubos, com o caso relatado pelo titular da delegacia da 54ª DP (Belford Roxo): “Apreendemos uma carga roubada na nossa área e colocamos a informação do grupo de roubos. Soubemos que um motorista estava registrando o caso em São João de Meriti. Desconfiamos do registro ser feito em local distante e, no interrogatório, ele confessou que estava em conluio com os assaltantes”, disse o delegado Mauro Cesar da Silva Junior.

Fonte: Jornal O Dia

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