As mensagens fazem parte de uma nova investigação do Ministério Público do Rio.
De dentro do Complexo de Gericinó, um preso acusado de integrar a milícia que domina Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, ameaçou, por um aplicativo de mensagens, mototaxistas que haviam parado de pagar a taxa estipulada pelo grupo paramilitar. As mensagens fazem parte de uma nova investigação do Ministério Público do Rio contra o grupo que já foi alvo, no ano passado, de uma operação que terminou com mais de 40 integrantes presos.
Na conversa, Jonathan Silva Cardoso, o Joaninha, diz a um mototaxista: “Se continuarem rodando sem pagar, vou começar a mandar matar e sumir com vocês todos aí”. Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), semanalmente os mototaxistas de vários pontos da cidade são obrigados a pagar R$ 250 à milícia.
No diálogo, o mototaxista tenta argumentar que o dinheiro não estava sendo pago porque “o movimento caiu muito e os caras da APTRAN (agentes de trânsito do batalhão da cidade, o 35º BPM) estão sufocando”. O miliciano, que está preso desde abril de 2019, não aceitou a desculpa: “O dinheiro sempre seguiu certo. Agora eu fui preso e começou a palhaçada”.
Outras mensagens que são analisadas pelo MP corroboram as cobranças feitas por Joaninha da cadeia. Em 7 de agosto do ano passado, agentes penitenciários fizeram uma vistoria em sua cela e encontraram um celular embaixo de seu colchão.
No aparelho, há diálogos do preso com parentes em que ele afirma que vai continuar recebendo a taxa mesmo preso: “Vai seguir o dinheiro pra mim e acabou. Se não seguir, pode parar de rodar e meter o pé que vou mandar acabar com aquilo lá”, escreveu. Após o aparelho ser encontrado, Joaninha admitiu que o usava e foi colocado em isolamento no presídio.
Fonte: Jornal Extra