Os responsáveis pela investigação identificaram curadores em 20 municípios, distribuídos em 20 estados.
Durante a Operação Aquárius, que investiga o Baleia Azul, policiais descobriram que existem pessoas de outros países aliciando brasileiros para participarem do jogo. Pelo menos um desses aliciadores — que são conhecidos como curadores — mora em Angola.
Os policiais da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), responsável pela operação, descobriram os curadores por meio do IP, uma espécie de endereço eletrônico que todo computador tem. O Facebook confirmou que um dos IPs corresponde a um usuário de Angola, mas não revelou a identidade dele. Esse curador utilizava o codinome “Peixe Nove”.
Os responsáveis pela investigação identificaram curadores em 20 municípios, distribuídos em 20 estados. Foram realizados 24 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva.
Durante a operação, um adolescente, de 15 anos, foi preso em flagrante, porque policiais encontraram material que continha pedofilia em seu computador.
Jovem preso afirma que começou no jogo como vítima
Matheus Moura da Silva, de 23 anos, preso durante a operação, afirmou que começou no jogo como vítima. Posteriormente, seu curador o convidou para assumir a função e aliciar novas pessoas.
O jovem relatou que encontrava as vítimas por meio de comunidades na internet. Ele entrava em contato com elas por meio de conversas privadas no Facebook, e depois pedia o número do celular, passando a se comunicar pelo WhatsApp.
Matheus revelou, no entanto, que recentemente passou a conversar com os alvos apenas por WhatsApp, já que as comunidades foram fechadas. Assim, as novas vítimas passaram a ser apenas pessoas que procuravam outras que já participavam do jogo e perguntavam como podiam começar.
Ele assumiu ter feito 30 vítimas, mas nenhuma delas foi identificada até agora. A Polícia Civil pretende encontrá-las por meio dos computados e celulares que foram apreendidos na operação.