Condomínio irregular é erguido em área de tráfico e avança sobre mata protegida em Copacabana

A obra está em estágio avançando e tem entrega prevista para abril de 2020.

Apartamentos com 67 metros quadrados, vista para Copacabana e área de lazer com preços a partir de R$ 170 mil. Esses são alguns dos atrativos do condomínio “Alto Copa”, que está sendo erguido na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. A construção, porém, é irregular, não tem qualquer licença ou documentação, e é realizada em uma área de proteção ambiental.

A reportagem apurou que o tráfico que atua no local exigiu dinheiro para autorizar a construção que já destruiu parte da vegetação que faz parte da Aérea de Proteção Ambiental (APA) São João. A obra está em estágio avançando e tem entrega prevista para abril de 2020.

O responsável pelo empreendimento é identificado nos anúncios apenas como “Senhor Campos”. Ele afirmou, por telefone, que mora em Copacabana e idealizou o condomínio.

Ali é bem tranquilo, não tem nada. Eu moro aqui em Copacabana há 40 anos. Quando eu vi o espaço pensei: ‘aqui dá para fazer uma coisa bacana sem risco nenhum, com visual ótimo e com preço acessível’  disse Campos.

Perguntado sobre a documentação do imóvel, Campos disse que tem uma escritura do terreno.

Tenho uma escritura que é do terreno inteiro. É uma escritura só, do terreno inteiro. Então, eu tenho que construir, tirar o habite-se e desmembrar. Só assim eu vou conseguir individualizar cada escritura definitiva. É como qualquer construtora grande disse.

Segundo o arquiteto Pedro da Luz Moreira, especialista da Universidade Federal Fluminense (UFF), além de todas as irregularidades já citadas, o condomínio, que deve ter 30 apartamentos e cinco andares, está acima do gabarito.

 (O condomínio) Vai ter um impacto muito grande na paisagem geral da cidade e, certamente, não é um empreendimento aprovado. Isso denota toda essa falta de fiscalização e falta de acompanhamento e de poder público nessas comunidades afirmou Moreira.

O Secretário Municipal de Infraestrutura e Habitação, Sebastião Bruno, informou que iria realizar uma operação no local na terça-feira, com o apoio da Polícia Civil, mas a ação foi desmarcada.

Na realidade essa denúncia chegou a cerca de 60 dias, a gente já tinha feito um mapeamento de tudo, fechado toda a operação, mas infelizmente a Polícia Civil pediu que a gente reprogramasse e não fizesse ontem. Nossa fiscalização acontece, agora essa ação é um pouco complicada. São áreas conflagradas, não é qualquer pessoa que está ali construindo. Em determinadas áreas você tem problema com o tráfico, em outras tem problema com a milícia, então a ação tem que ser muito bem planejada, muito bem feita, para não ter a integridade física dos servidores ameaçada declarou o secretário .

Procurada, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente disse que foi notificada pela Prefeitura sobre a construção na segunda-feira e está investigando o caso.

Fonte: Jornal Extra

 

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