Segundo a emissora, o exército de Israel já matou mais de 200 jornalistas desde o início dos bombardeios.
Cinco jornalistas da Al Jazeera, incluindo o renomado repórter Anas al-Sharif, foram mortos em um ataque israelense no domingo (10/08) perto do Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza, informou a emissora.
Al-Sharif e outro correspondente, Mohammed Qreiqeh, estavam com os cinegrafistas Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal e Moamen Aliwa em uma tenda para a imprensa no portão principal do hospital quando esta foi atingida, noticiou a Al Jazeera.
O “assassinato seletivo” foi “mais um ataque flagrante e premeditado à liberdade de imprensa”, afirmou a emissora em comunicado.
As Forças de Defesa de Israel (FDI, na sigla em inglês) confirmaram que tinham como alvo Anas al-Sharif, alegando que ele “atuava como líder de uma célula terrorista do Hamas”.
O Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) disse estar estarrecido com o ataque, e que Israel não havia apresentado evidências para respaldar suas alegações contra al-Sharif.
“Este é um padrão que temos visto por parte de Israel — não apenas na guerra atual, mas nas décadas anteriores —, em que normalmente um jornalista é morto pelas forças israelenses e, depois, Israel afirma que ele era um terrorista, mas fornece muito poucas evidências para respaldar essas acusações”, afirmou Jodie Ginsberg, CEO do CPJ
Durante toda a guerra, Israel não permitiu que jornalistas internacionais entrassem em Gaza para cobrir o conflito livremente. Por isso, muitos veículos de comunicação dependem de repórteres locais dentro do território para a cobertura.
“Eles foram atingidos em sua tenda, não estavam fazendo cobertura a partir da linha de frente de combate”, observou Moawad sobre o ataque israelense.
“O fato é que o governo israelense quer silenciar a cobertura de qualquer canal de notícias de dentro de Gaza”, disse ele ao programa The Newsroom.