O Itamaraty advertiu para o “agravamento da repressão” na Venezuela.
A investigação do atentado que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirma ter sofrido teve uma reviravolta nesta sexta-feira (10).
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Madurou diz ter sofrido uma “tentativa de assassinato” durante um comício no dia 4 de agosto. Segundo o governo, drones carregados com explosivos voaram sobre o comício de Maduro no centro de Caracas. Os explosivos detonaram, ferindo sete militares e fazendo com que participantes do evento buscassem cobertura. No total, o governo assegura haver 20 envolvidos, dos quais 10 estão detidos.
Mas opositores ao governo questionam a versão oficial sobre o suposto atentado e pediram uma investigação imparcial sobre o caso. A transmissão oficial do evento do qual Maduro participava não mostra qualquer drone.
O parlamentar, Requesens, de 29 anos, foi detido na última terça-feira pelo serviço de Inteligência (Sebin), em Caracas, depois que a Assembleia Constituinte retirou a imunidade parlamentar dele e do também deputado opositor Julio Borges, que já foi presidente do Parlamento da Venezuela e hoje vive na Colômbia. Os dois são acusados por Maduro de estarem por trás do atentado.
Pedido de captura à Interpol
Seu depoimento foi apresentado pelo ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, que anunciou, ainda, que o governo pediu à Interpol a captura de Borges, exilado na Colômbia, pela tentativa de magnicídio contra Maduro.
“Estamos solicitando código vermelho para o senhor Julio Borges”, afirmou Rodríguez em coletiva de imprensa, na qual informou que o pedido se estende a outros supostos envolvidos que moram na Colômbia e nos Estados Unidos.
Brasil condena repressão
O Itamaraty advertiu na última quinta para o “agravamento da repressão” na Venezuela, ao condenar a detenção de Requesens e a ordem de captura contra Borges.
“Com grave preocupação, o governo brasileiro tomou conhecimento da prisão – ao arrepio da institucionalidade democrática da Venezuela – do deputado Juan Carlos Resquesens e da ordem de captura do deputado Julio Borges, membros da Assembleia Nacional daquele país“.
“Ao condenar ambas as medidas, o Brasil recorda as obrigações internacionais do Estado venezuelano com a democracia representativa”.
Magé/Online.com – Notícias