Moro rebateu o presidente com duas publicações na sua conta no Twitter
O presidente Jair Bolsonaro rebateu, nesta sexta-feira 24/4, as acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro de que deseja interferir politicamente na Polícia Federal, e disse que Moro deixou claro para ele diversas vezes que só aceitaria uma mudança no comando da PF depois de ser indicado a uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
“Mais de uma vez o senhor Sergio Moro disse para mim: ‘Você pode trocar o Valeixo, mas em novembro, depois que você me indicar para o Supremo Tribunal Federal’”, disse Bolsonaro em pronunciamento no Palácio do Planalto.
O presidente decidiu se manifestar em público, cercado por ministros e alguns parlamentares, após ser acusado mais cedo por Moro de querer interferir politicamente na Polícia Federal para obter acesso a investigações e a inquéritos que tramitam no STF.
O ex-juiz federal fez as acusações ao apresentar pedido de demissão do cargo.
Em pronunciamento de 45 minutos, Bolsonaro negou ter a intenção de interferir na PF, mas reconheceu que solicitou informações a respeito de determinadas investigações, incluindo os inquéritos sobre a morte da vereadora Marielle Franco e da facada que ele próprio sofreu durante a campanha presidencial de 2018.
“Dizer ao prezado ex-ministro Sergio Moro, como o senhor disse na sua coletiva que tinha uma biografia a zelar, eu tenho o Brasil para zelar”, afirmou Bolsonaro.
Logo depois do pronunciamento de Bolsonaro, Moro rebateu o presidente com duas publicações na sua conta no Twitter. Na primeira, negou que a demissão de Valeixo fosse uma moeda de troca pela indicação ao Supremo e na segunda reafirmou que Valeixo tenha saído a pedido e que a exoneração do diretor-geral da PF não passou por ele.
“A permanência do Diretor-Geral da PF, Maurício Valeixo, nunca foi utilizada como moeda de troca para minha nomeação para o STF. Aliás, se fosse esse o meu objetivo, teria concordado ontem com a substituição do Diretor Geral da PF”, disse Moro no Twitter.
“De fato, o Diretor da PF Maurício Valeixo estava cansado de ser assediado desde agosto do ano passado pelo presidente para ser substituído. Mas, ontem, não houve qualquer pedido de demissão, nem o decreto de exoneração passou por mim ou me foi informado”, acrescentou o ex-ministro.
Afirmou também que disse a parlamentares com quem tomou café da manhã nesta sexta que eles saberiam às 11h desta sexta —horário em que Moro anunciou sua demissão— quem não o queria na cadeira de presidente.
Magé/Online.com – Agência de Noticias via Reuters