Ínicio / Destaque / Aumento de preços do gás e crise levam famílias a trocar combustível por lenha

Aumento de preços do gás e crise levam famílias a trocar combustível por lenha

Substituir o fogão por fogareiro, usar lenha ou álcool para cozinhar são estratégias de brasileiros para fugir dos altos custos do gás.

Nos últimos 12 meses, o preço médio do botijão de gás residencial subiu 17% – de R$ 57 para R$ 67 – segundo o levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP). É um aumento parecido com o do óleo diesel, de 20% no mesmo período, que motivou a greve dos caminhoneiros. Além disso, é uma alta muito acima da inflação, de 2,86% nos últimos 12 meses, na medição do IPCA.

O aumento acima da inflação significa que as famílias “estão abrindo mão de comprar outras coisas para comprar o botijão de gás, que é essencial”, explica André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor, da FGV Ibre.

Segundo o IBGE, o número de famílias que cozinham com lenha ou carvão aumentou em 2017, o que pode ser decorrência da alta do gás.

13 anos sem reajuste

O aumento do gás de cozinha resultou de uma mudança repentina de preços da Petrobras – algo semelhante ao que ocorreu com o diesel e a gasolina, todos derivados do petróleo. Ao longo de 13 anos, entre 2002 e 2015, o preço do botijão vendido pela estatal ficou praticamente congelado no Brasil. Enquanto isso, os preços internacionais aumentaram continuamente.

Como grande parte do gás de cozinha consumido no Brasil é importada, a Petrobras assumiu a diferença entre o preço mais alto de importação e o preço mais baixo praticado no país. Era um tipo de subsídio ao gás de cozinha, que vigorou durante quase todo o governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Mas, em vez de ser bancado pelo governo, era assimilado pela própria Petrobras.

A partir de 2015, na tentativa de equiparar os preços da Petrobras com os praticados pelo mercado internacional, a estatal elevou o preço do gás em 15%. Foi o primeiro aumento em 13 anos. A seguir, a partir de junho de 2017, houve praticamente uma alta por mês.

Em resposta às críticas pelos aumentos mensais, a Petrobras passou a reajustar os preços a cada três meses. Esse ano, em vez de subir, o preço já caiu duas vezes. O próximo reajuste está programado para junho.

Com o produto em falta e a demanda alta, a lei da oferta e procura fez o preço disparar. “O nosso produto virou ouro, teve até roubo de dois caminhões de botijão de gás”, relata Tavares. “Aqui, todo o gás vem por rodovia. Isso aumenta muito o preço”, explica o presidente do sindicato.

Fonte: BBC  Brasil 

 

 

 

Além disso, verifique

MORRE WASHINGTON OLIVETTO, PUBLICITÁRIO DO PRIMEIRO SUTIÃ

Um dos maiores nomes da área e criador de campanhas icônicas, publicitário faleceu na tarde ...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *