Após oito meses em ‘Marte’, ‘astronautas’ retornam à civilização

Voluntários foram isolados para avaliar impactos psicológicos de longas missões espaciais.

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Após oito meses em isolamento total numa cúpula construída no vulcão Mauna Loa, no Havaí, seis pesquisadores selecionados pela Nasa retornaram à civilização. A equipe de quatro homens e duas mulheres fez parte da quinta missão HI-SEAS (Hawaii Space Exploration Analog and Simulation), que simula como será a vida numa futura missão a Marte.

Eles ingressaram na cúpula em janeiro, e a deixaram definitivamente apenas neste domingo. A primeira coisa que fizeram após o longo período de confinamento foi devorar um banquete com frutas tropicais frescas. Durante os oito meses da missão, eles se alimentaram principalmente com alimentos desidratados, como numa missão espacial real.

A missão tenta compreender os impactos psicológicos de uma missão espacial de longa duração nos astronautas. A ideia é que essas informações possam ajudar a Nasa na seleção dos indivíduos com as características certas para lidar com o estresse, o isolamento e os perigos de uma viagem de dois ou três anos para Marte. O plano americano é enviar uma missão tripulada ao planeta vermelho até 2030.

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— É realmente gratificante saber que o conhecimento que ganhamos aqui com a nossa missão vai contribuir para a futura exploração de Marte e do espaço em geral — comentou o diretor científico da missão, Samuel Paylor, em entrevista à AP.

Durante o isolamento, os “astronautas” podiam deixar a cúpula, mas apenas vestindo trajes espaciais e em grupos. A comunicação com a equipe fora da cúpula e familiares tinha um atraso forçado de 20 minutos, para simular o tempo que levaria uma transmissão de rádio entre Marte e a Terra. A alimentação era baseada em alimentos desidratados ou congelados, mas Joshua Ehrlich, biólogo do grupo, também era responsável por produzir alguns vegetais frescos.

— Cenouras, pimentas, repolho chinês, folhas de mostarda, rabanetes, tomates, batatas e toneladas de salsa e orégano — contou Ehrlich. — Foi fenomenal, aquele sabor delicioso de casa era muito bom.

A equipe era orientada a realizar levantamentos geológicos, estudos de mapeamento e a manter o habitat auto suficiente, como numa missão real a Marte. Além disso, os participantes realizaram testes para medir sua compatibilidade e os níveis de estresse, e mantém diários sobre como estão se sentindo. Eles também vestiam sensores que mediam os níveis de voz e a proximidade de outras pessoas, para identificar se alguém estava evitando contato com outro indivíduo do grupo, ou se estavam se exaltando em discussões.

— Nós aprendemos que os conflitos, mesmo nos melhores times, irão surgir — disse a líder do estudo Kim Binsted, professora da Universidade do Havaí. — Então o que é realmente importante é ter uma tripulação que, tanto como indivíduos como em grupo, seja resiliente e capaz de observar o conflito e superá-lo.

A cúpula de 111 metros quadrados tem pequenos quartos individuais para os membros da equipe, cozinha, laboratório e apenas um banheiro.

RedeFonte: Jornal O Globo

 

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