Brigadistas do IBAMA lutam contra incêndios.
A Amazônia enfrenta uma das piores temporadas de queimada dos últimos anos. O fogo se espalha por sítios e fazendas, consome florestas e gera prejuízo para agricultores e o meio ambiente.
Há fogo nas fazendas e na mata. O fogo desafia a ciência e ameaça a sobrevivência. Nos lugares por onde o fogo passa a paisagem fica escura, com vegetação destruída, troncos e galhos carbonizados. Esse cenário de morte se tornando cada vez mais comum em toda a Amazônia.
O Ibama conta com algumas equipes de brigadistas. São funcionários temporários que combatem queimadas durante a chamada ‘temporada do fogo’, que ocorre de julho a dezembro em Rondônia. O serviço do dia ocorre embaixo de uma linha de transmissão de energia. A equipe enfrenta as chamas com água, carregada em pulverizadores costais, e um abafador. Os brigadistas usam equipamento de proteção e receberam treinamento do Ibama.
A ação dos brigadistas é comandada por uma equipe que fica em Porto Velho Ela recebe denúncias da população e analisa imagens de satélite. O coordenador de Rondônia, Roberto Abreu, alerta que o Ibama do estado conta com menos pessoas nesse ano.
“Hoje, nós temos 80 pessoas na ponta para combater incêndios florestais. No ano passado tinha o dobro. Caiu bastante por questões orçamentárias e financeiras. Nós tivemos cortes drásticos na contratação e, consequentemente, podemos ter mais danos do que tivemos em anos anteriores”, diz Abreu.
Desde o início do ano, a Amazônia registrou mais de 80 mil focos de queimadas. É o maior número de desde 2010. As informações são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe, que fica em São José dos Campos, São Paulo. O engenheiro Alberto Setzer coordena o Projeto de Monitoramento de Queimadas, baseado em imagens de satélite.
Segundo o engenheiro, o aumento das queimadas em 2016 tem dois motivos principais. Primeiro: a região enfrenta um ano mais seco que o normal. “Anos mais secos favorecem o uso e a propagação do fogo. Aí entra o segundo elemento. Nós também estamos vendo que em certos estados estamos com um descontrole maior, ou seja, uma ausência do poder público que deveria estar inibindo o uso do fogo”, diz.
As queimadas são proibidas, a não ser em alguns casos que dependem de autorização ambiental. O engenheiro explica que origem dos incêndios está frequentemente ligada às pessoas que queimam mato, lixo ou usam fogo para a limpeza de áreas agrícolas.