A Terra girou mais rápido em 2020, de acordo com cientistas

O planeta Terra teve 28 dias mais curtos em 2020; para cientistas, 2021 será ainda mais reduzido.

Em 2020, a Terra bateu um recorde: fez sua rotação mais rápida desde 1960, quando relógios atômicos precisos foram lançados, em 28 dias diferentes.

Nosso planeta faz sua rotação a cada 86.400 segundos (24 horas). Existem dias, porém, que pode existir uma variação em milissegundos.

“A Terra vai girar mais rápido em 2021”. “O ano vai passar voando”. “Este pode ser o ano mais rápido da história”. Essas são algumas frases que talvez você já tenha ouvido ou lido ultimamente, mas será que isso é verdade? Bem, a resposta curta é: sim e não. Há, sim, uma aceleração na rotação do planeta neste ano, mas, não, isso não afeta a nossa percepção do tempo e a explicação aprofundada você encontra nesta matéria.

Por que a Terra está girando mais rápido?
É verdade que a Terra está ganhando um pouco (só um pouco) de velocidade no movimento de rotação em torno de si mesma. Contudo, essa aceleração é tão pequena que não perceberemos absolutamente nada. Além disso, é algo completamente natural e não está relacionado a nenhum “evento apocalíptico”. É que existem muitos fatores que influenciam a rotação de nosso planeta, como o Sol, a Lua, o gelo polar e o próprio núcleo terrestre.

Quando dois ou mais objetos cósmicos estão ligados gravitacionalmente — como a Terra, Lua e Sol — todos exercem alguma influência em seus respectivos movimentos, bem como na distribuição de suas massas. O nome desse efeito é “maré”, e a semelhança com o nome do nível dos mares não é coincidência. As marés das águas ocorrem por causa da órbita lunar ao redor da Terra, mas a Lua também influencia a própria rotação do nosso planeta.

O Sol, claro, também exerce sua influência. Ele é o principal responsável por manter a Terra e a Lua dentro desse sistema coeso de objetos orbitando entre si. Mas as coisas não são tão harmoniosas como parecem. Por exemplo, quando a Lua está em um lado do planeta, a massa terrestre é atraída pelo satélite natural, que puxa para si a matéria mais próxima. Então, vivemos em um mundo que é puxado com um pouco mais de força de um lado e um pouco menos do outro, fazendo com que se estique de tempos em tempos. E isso é algo imperceptível para nós.

Tudo isso causa mudanças na rotação e no próprio formato de nosso mundo (sim, é por causa das marés que a Terra é mais achatada nos polos), mas há muitos outros jogadores nessa disputa gravitacional cósmica — muitas forças e fenômenos diferentes são capazes de alterar as propriedades relacionadas à forma como medimos as horas, dias e anos por aqui. Os outros planetas do Sistema Solar também puxam a Terra, e ainda existem fatores internos, desde terremotos ao aquecimento global, que podem alterar o comportamento terrestre.

Só que nada disso é perceptível dentro da experiência de uma vida humana. Em outras palavras, por mais que nosso planeta mude sua velocidade de rotação, jamais perceberíamos, porque as alterações realmente mensuráveis são de longo prazo e põe longo nisso! Só para se ter uma ideia, os relógios atômicos mostram que a Terra experimentou seu dia mais rápido dos últimos 50 anos em 19 de julho de 2020. Aquele dia foi 1,4602 milissegundo mais curto do que as 24 horas normais. Para que essas acelerações possam fazer alguma diferença real nos relógios, demoraria muitos, mas muitos anos.

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