Confira os últimos pagamentos.
O governo federal começa a fechar hoje o ciclo iniciado em abril, com o socorro à parte da população que viu sua renda encolher ou desaparecer com a chegada da pandemia. Neste domingo, inicia-se o último calendário de pagamentos do auxílio emergencial que nos últimos quatro meses foi reduzido à metade: R$ 300. Sem previsão de nova prorrogação, o benefício será depositado até 29 de dezembro, de acordo com os meses de aniversário dos trabalhadores. Alguns ainda terão direito à retirada em espécie em janeiro (veja o cronograma abaixo), mas, depois disso, a ajuda do Estado vai desaparecer, deixando como desafio para 2021 a retomada do emprego e da renda, para fazer a economia girar.
Nos últimos nove meses, o benefício contemplou 67,9 milhões de brasileiros, segundo a Caixa Econômica Federal. Mas outros 41,3 milhões foram considerados inelegíveis, ou seja, sem direito ao pagamento. Houve quem insistisse após a recusa do governo em liberar o dinheiro. Contestações foram aceitas. Outras, negadas.
Coube à Dataprev — empresa que o governo pretende privatizar — a missão de processar todos os pedidos e fazer os cruzamentos de dados. Surgiu ali a constatação de que o governo não tinha informações sobre 38,2 milhões de brasileiros — os chamados invisíveis, que não apareciam nos cadastros oficiais.
O trabalho, porém, não foi suficiente para impedir 2,6 milhões de fraudes estimadas. Mecanismos para a devolução do dinheiro recebido indevidamente até por militares e servidores foram criados. Mas só 200 mil pessoas (5%) restituíram os cofres.
Economista e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro Rochlin diz que a descontinuidade do auxílio atrapalha a recuperação da economia no curto prazo, mas ajuda na questão fiscal:
O fim do pagamento joga contra o crescimento, porque se imagina que o consumo das famílias será prejudicado, e esse é um dos componentes do PIB (Produto Interno Bruto). Mas a continuidade do auxílio coloca em risco a recuperação das contas do governo, que padece há algum tempo de crise fiscal. Neste ano, a União apresentará um deficit orçamentário dez vezes maior do que o de 2019. O ideal seria focar melhor no pagamento para que atenda somente os mais necessitados e vulneráveis.

Fonte: Jornal Extra
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