Eles dão apoio a candidatos à Prefeitura do Rio agindo nos bastidores.
Caciques da política fluminense, Anthony Garotinho e Cesar Maia, além do clã Picciani, continuam atuando, ainda que discretamente, nas eleições. Eles dão apoio a candidatos à Prefeitura do Rio agindo nos bastidores, com pouco ou nenhum destaque na divulgação de torcida pelos seus preferidos.
Presidente estadual do MDB, o ex-deputado federal Leonardo Picciani avalizou a candidatura de seu correligionário Paulo Messina à prefeitura. Mas nas redes do candidato não há menção a Leonardo, filho mais velho de Jorge Picciani, ex-presidente da Alerj e ex-todo-poderoso da política fluminense que está, desde 2018, em prisão domiciliar. No ano passado, o ex-cacique do MDB foi condenado a 21 anos de detenção pela Justiça Federal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Leonardo Picciani disse que, como presidente estadual da legenda, não lhe cabe pedir voto para Messina, mas, sim, organizar administrativamente as campanhas nos 92 municípios:
Não estou nem escondido nem explícito. Não me cabe esse papel (de protagonismo) nem na campanha do Messina nem nas dos outros candidatos.
Messina decidiu ir para o partido este ano após o PSD lhe recusar a legenda para disputar a prefeitura. Ele diz ter recebido de Leonardo Picciani e demais dirigentes do MDB “autonomia” para renovar o diretório municipal do Rio. Messina chegou a pagar do próprio bolso cerca de R$ 2 mil em multas por atraso na prestação de contas do partido à Justiça Eleitoral.
O MDB tem uma história muito bonita de décadas com o país e uma história recente ruim no Rio, mas não tenho qualquer ligação com esses personagens, aos quais sempre fiz oposição. O meu compromisso é com o presente e o futuro do partido e da cidade — disse Messina.
A escolha por Messina, crítico contumaz de Eduardo Paes (DEM), revela distanciamento dos Picciani do ex-prefeito, que deixou o MDB em 2018 (após as prisões de Jorge Picciani e de Sérgio Cabral) para disputar o governo estadual. Paes manteve a candidatura de Pedro Paulo (hoje no DEM) à prefeitura em 2016, mesmo com a pressão para que apoiasse Leonardo Picciani para o pleito. Pedro Paulo não chegou ao 2º turno.
— Lançamos o Messina porque acreditamos que o Eduardo já deu sua contribuição para a cidade — diz Leonardo.
A candidatura de Paes foi costurada pelo clã dos Maia, com protagonismo para Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados e filho do ex-prefeito e atual vereador Cesar Maia (DEM). Rodrigo articulou a coligação, angariando apoio de legendas como o PSDB e o PL. O deputado, no entanto, será discreto na campanha por questão estratégica: não afastar o eleitor bolsonarista.
Como presidente da Câmara, Rodrigo por vezes entra em atrito com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Uma imersão de Rodrigo na candidatura de Paes, avaliam estrategistas do ex-prefeito, traria mais ônus do que bônus. Cesar Maia, de 75 anos, promete demonstrar apoio a Paes mais para frente:
Estou em quarentena por recomendação médica (para prevenção ao Covid-19).
Filha dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, Clarissa Garotinho (Pros) pretende usar a campanha para “se apresentar” ao eleitor, sem dar ênfase às gestões do pai e da mãe à frente. Em vídeos, dirá que teve pai e mãe governadores e que, por isso, não se deslumbrará no Executivo, mas as referências ao pai e à mãe, terminam por aí. Ela nega que a estratégia ocorra pelo índice de rejeição do pai na capital.
Vou contar a minha história: fui vereadora, deputada estadual, federal e secretária municipal. Campanha para majoritária tem essa finalidade.
Fonte: Jornal Extra
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