Ele também anunciou novo encontro com o ditador da Coreia do Norte.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abriu o discurso sobre o Estado da União pedindo, justamente, a união entre os dois principais partidos do país.
Em seguida, porém, ele voltou a insistir sobre a construção do muro na fronteira com o México, motivo de impasse no Congresso norte-americano que levou à paralisação mais longa do governo.
O discurso havia sido marcado para 29 de janeiro. Porém, por causa do “shutdown”, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, remarcou o evento.
Além disso, Trump abordou outros temas no discurso:
“Não vamos governar como dois partidos, mas como uma nação”, disse na abertura do discurso;
Trump se vangloriou do crescimento econômico dos EUA: “Depois de 24 meses de progresso rápido, nossa economia faz inveja ao mundo. O Estado da nossa União é forte”;
Foi vaiado quando disse que eliminou o Obamacare;
Criticou as investigações contra ele. “A única coisa que pode parar nossa economia são guerras tolas e investigações partidárias ridículas”, disse.
Confirmou o 2º encontro com o líder norte-coreano Kim Jong-unno final do mês, no Vietnã;
Condenou a “brutalidade” do governo Maduro e disse que os EUA apoiam a luta pela liberdade do povo venezuelano;
Disse que “os EUA nunca serão um país socialista”;
Pediu apoio na luta contra o câncer infantil e se comprometeu a eliminar a epidemia de HIV nos EUA em até 10 anos;
Defendeu a retirada de militares na Síria após a derrota do Estado Islâmico: “Grandes nações não lutam guerras sem fim”.
‘Shutdown’ e muro na fronteira
Para defender a proposta do muro, Trump disse que a criminalidade em El Pasocidade no Texas que faz fronteira com o México caiu drasticamente depois que uma cerca foi instalada lá.
“Simples assim, muros funcionam e muros salvam vidas. Então vamos trabalhar juntos, com compromisso, e chegar a um acordo que realmente torne os EUA seguros”, disse Trump.
Trump e o Congresso têm até 15 de fevereiro para chegar a um acordo sobre o orçamento para segurança na fronteira para a qual o presidente faz questão de uma barreira física. Caso o impasse continue, um novo “shutdown” deve começar.
O presidente afirmou que as caravanas migratórias são perigosas para os próprios migrantes e permitem a entrada de drogas letais “que cruzam nossas fronteiras e inundam nossas cidades”. “Tolerância com a imigração ilegal não é compaixão – é crueldade”, disse.
“Eu quero que as pessoas venham para o nosso país ainda mais do que nunca, mas elas devem vir legalmente”, afirmou Trump.
‘Investigações partidárias ridículas’
Trump foi aplaudido de pé pela maioria dos presentes na cerimônia quando mencionou o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Os EUA foram o primeiro país a reconhecer o oposicionista no cargo.
“Nós apoiamos o povo venezuelano em sua nobre busca pela liberdade, e condenamos a brutalidade do regime [de Nicolás] Maduro, cujas políticas socialistas fizeram dessa nação, antes a mais rica da América do Sul, um estado de pobreza e desespero”, afirmou Trump.
O presidente ainda disse que está “alarmado” por tentativas de “adotar o socialismo nos EUA”. “Os EUA foram fundados na liberdade e na independência, não na coerção governamental, na dominação e no controle”, defendeu.
“Nós nascemos livres, e vamos ficar livres. Nesta noite, nós renovamos nossa promessa de que os EUA nunca serão um país socialista”, discursou Trump.
Encontro com líder da Coreia do Norte
Trump defendeu a retirada de militares norte-americanos que ainda estão na Síria, medida anunciada no fim do ano passado.
“Grandes nações não lutam guerras sem fim”, disse Trump.
O presidente justificou que os EUA já derrotaram grande parte das frentes combatentes do Estado Islâmico. “Agora, enquanto lutamos com nossos aliados para derrotar remanescentes do EI, é hora de dar as calorosas boas-vindas aos nossos guerreiros”, afirmou.
Trump celebrou também o andamento das negociações com o grupo extremista Talibã, que comanda o Afeganistão. “Ao progredirmos nessas conversas, nós estaremos prontos para reduzir nossa presença militar e focar no contra-terrorismo”,
O que é o Estado da União?
É o discurso do presidente que ocorre todos os anos em uma sessão conjunta do Congresso americano. Nele, o chefe de Estado e de governo presta esclarecimentos aos parlamentares, militares e integrantes da Suprema Corte sobre a atual situação dos EUA e os planos e prioridades do ano.
O primeiro discurso sobre o Estado da União foi pronunciado por George Washington em 8 de janeiro de 1790.
Tradicionalmente, o presidente norte-americano pede esforços a deputados e senadores para aprovar projetos que o chefe de governo acredita ser importante. No ano passado, no primeiro discurso do mandato, Trump pediu que os congressistas aprovassem planos para infraestrutura e imigração.
Fonte: Portal G1