Bolsonaro nasceu em Campinas, interior de São Paulo, seguiu carreira militar e como deputado passou 28 anos na Câmara.
Jair Bolsonaro, depois de quase 28 anos na Câmara dos Deputados, é eleito hoje o 8º presidente do Brasil desde o fim da ditadura militar. Com 46,03% dos votos (49.276.990) no primeiro turno, Bolsonaro apareceu como o favorito nas eleições do segundo turno realizado neste domingo (28).
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Bolsonaro concentrou a campanha eleitoral para o segundo turno em sua casa na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, e nas redes sociais. O candidato se recupera de um atentado sofrido no dia 6 de setembro em Juiz de Fora, Minas Gerais, durante a campanha para o primeiro turno das eleições.
Seu pronunciamento inicial se mostrou auspicioso. Ao Jornal Nacional, no dia 8, declarou-se “escravo da Constituição”, desautorizando seu vice, o general Hamilton Mourão, que aventava o despautério de uma nova Carta, a ser escrita por “notáveis”. O candidato do PSL disse ainda que pacificaria e uniria o povo brasileiro.
Neste segundo turno, Bolsonaro concedeu entrevistas e recebeu representantes de grupos políticos como os deputados federais da chamada bancada da bala. O candidato também participou de alguns eventos como uma visita ao Bope (Batalhão de Operações Especiais) em Laranjeiras, no Rio.
O Presidente
Jair Messias Bolsonaro nasceu em Campinas, interior de São Paulo, no dia 21 de março de 1955. Viveu na cidade de Eldorado, no Vale do Ribeira, até os 18 anos. Na pequena cidade onde passou sua infância, Bolsonaro estudou nas escolas estaduais Professora Maria Aparecida Viana Muniz e Doutor Jayme Almeida Paiva.
Só saiu de Eldorado para ingressar na Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Seguiu sua formação na Academia Militar das Agulhas Negras, onde se formou em 1977.
Em 1986, liderou um protesto contra os baixos salários dos militares. Ao infringir o regulamento disciplinar do Exército, ficou preso por 15 dias. No ano seguinte, novos atos de indisciplina ocorreram e foram atribuídos a Bolsonaro e outros militares que foram julgados e inocentados pela Justiça Militar. Em 1988, foi para a reserva.
Nesse mesmo ano deu início à carreira política. Foi eleito vereador no Rio de Janeiro pelo Partido Democrata Cristão. Em 1990, foi eleito deputado federal e foi reeleito por sete vezes.
Atentado
Durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro, Bolsonaro foi esfaqueado no abdômen por Adélio Bispo de Oliveira. O candidato foi obrigado a passar por uma delicada cirurgia de emergência para tratar de graves ferimentos no intestino grosso, no intestino delgado e em uma artéria.
Após 24 dias internado, ele recebeu alta do hospital israelita Albert Einsteine foi para o Rio de Janeiro se recuperar em casa de onde comanda sua campanha neste segundo turno.
Em inúmeros relatos e entrevistas durante a campanha, Bolsonaro criticou a Imprensa tendenciosa e declarou: “Ganharemos essa guerra. Queremos a imprensa livre, mas com responsabilidade. A Folha de S.Paulo é o maior fake news do Brasil. Vocês não terão mais verba publicitária do governo. Imprensa livre, parabéns. Imprensa vendida, meus pêsames.”
“Eu fico com Roberto Marinho, porque ele declarou no dia 7 de outubro de 1984, vou repetir aqui”, disse Bolsonaro. “O senhor vai repetir?”, indagou Bonner, incrédulo, referindo-se a um comentário do candidato feito durante sabatina na GloboNews, no dia 3 deste mês, sobre o apoio do fundador do Grupo Globo, morto em 2003, ao regime militar.
“Vou repetir: ‘Participamos da revolução democrática de 1964, identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, distúrbios sociais, greves e corrupção generalizada’. Repito a pergunta aqui: ‘Roberto Marinho foi um ditador ou um democrata?’”
Quem esperava que o mais controverso presidenciável desta eleição fosse ser massacrado no Jornal Nacional foi surpreendido pelo senso de oportunidade de Bolsonaro ao usar a Globo contra a Globo para escapar de várias contestações. Os anti-Globo podem dizer que a emissora provou do próprio veneno.
Eleições
Fernando Haddad sai do segundo turno com um fracasso e uma possibilidade. O representante do PT, em segundo lugar mas com leve ascensão nos últimos dias, fracassou ao tentar formar uma frente pluripartidária em torno de sua candidatura.
Boa parte do insucesso se deve à incapacidade quase doentia de Haddad e de seu partido de fazerem a indispensável autocrítica.
Segundo a cantilena petista, repetida também nas últimas três semanas, Dilma Rousseff sofreu um golpe, não foi vítima de seus próprios defeitos; Luiz Inácio Lula da Silva está preso injustamente, e o Judiciário condena com motivações partidárias; a política econômica iniciada nesta década naufragou pelo boicote das elites.
Magé/Online.com e Fontes*
*Portal R7 – Folha de São Paulo