Medida vem acompanhada de redução de 10%.

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que o preço do diesel ficará congelado por 15 dias, com redução de 10%. Ele convocou uma coletiva de imprensa agora à noite, após três dias de greve dos caminhoneiros, que vem prejudicando diversos setores da economia.
Parente informou que será dada uma trégua para se discutir o assunto. Segundo ele, a empresa entendeu que deveria contribuir para o ambiente e decidiu reduzir o preço do diesel em 10% pelo período de 15 dias. Após isso, voltará a implementar a política de preços. A redução representa um recuo de R$ 0,23 por litro nas refinarias.
Para os consumidores, teria que ter uma redução de R$ 0,25 para o diesel. Tem como objetivo de permitir que o governo e os representantes do governo tenham tempo para negociar um acordo mais definitivo. Estamos contribuindo para evitar impactos negativos para a população e para nossa empresa. É uma medida de caráter excepcional, não significa mudança na política de preços da Petrobras – afirmou parente.

Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a estatal disse que o preço médio de venda da Petrobras nas refinarias e terminais sem tributos será de R$ 2,1016 por litro a partir desta quinta-feira. Parente destacou que o objetivo é contribuir para um clima mais favorável para as negociações entre os caminhoneiros e o governo federal.
A decisão é da Petrobras, não foi tratada com o governo. Eu não vejo que nossa independência tenha sido arranhada com esta decisão, porque a decisão foi tomada por toda a diretoria. Não vejo nenhum arranhão em nossa autonomia. Não foi uma decisão fácil, nem simples, não foi. Mas tenho horror a dogmas e o momento que o Brasil vive é de abertura sem dogmatismo para encontrar caminhos para favorecer a população. Nesse sentido vou dormir bem nesta noite. Neste momento difiícil que o país atravesa foi sim uma decisão difícil – afirmou Parente.
Jorge Celestino estimou em R$ 350 milhões a redução da receita da empresa com os 15 dias de preços parados. Na visão da Petrobras, em comunicado à CVM, “a negociação passa necessariamente pela discussão de reduções da carga tributária federal e estadual incidente sobre este produto, uma vez que representam a maior parcela na formação dos preços do combustível”.
Mais cedo, o presidente Michel Temer se reuniu com representantes dos caminhoneiros e pediu uma trégua de até três dias o que, segundo ele, foi rejeitado pela categoria. Ele ressaltou que o governo está trabalhando para dar “tranquilidade” e para evitar o desabastecimento no país.

A paralisação dos caminhoneiros entrou no terceiro dia nesta quarta-feira, e já começa a causar danos a alguns setores da economia. Com o bloqueio de vias, há falta de gasolina em alguns postos do Rio e de outras cidades. E em várias capitais há menos ônibus em circulação.
Fonte: Jornal O Globo
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