Cinco jovens são mortos no Rio e parentes culpam PM

Grupo teve carro metralhado nas proximidades de Costa Barros. ‘A gente não sabe o que levou a polícia a fazer isso’, diz madrasta.

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Um grupo de cinco jovens foi morto na madrugada deste domingo (29) nas proximidades da Estrada João Paulo, em Costa Barros, Subúrbio do Rio, de acordo com informações da Polícia Civil. Segundo testemunhas, o carro teria sido metralhado por policiais militares. Familiares das vítimas alegam que os rapazes eram inocentes e voltavam de um shopping em Madureira, na Zona Norte.

O caso estava sendo registrado na 39ª DP (Pavuna) por volta de 9h30. Moradores chegaram a cercar o veículo onde os rapazes foram mortos e registraram a cena. Parentes se dizem surpreendidos pela ação e dizem que os rapazes foram mortos por policiais. Eles desconfiam que as vítimas tenham sido confundidas.

Carro metralhado 2
Esse é o carro, que estavam os 5 moradores do LG em Costa Barros que foram mortos.

“Eles estavam voltando para casa, se depararam com a PM, levantaram a mão, mas não adiantou. Receberam mais de 20 tiros, a maioria na cabeça. A gente não sabe o que levou a polícia a fazer isso. Com certeza confundiram”, afirma a madrasta de uma das vítimas.

A Polícia Militar informou, em nota, que os quatro agentes que participaram da ação foram presos. Três deles vão responder por homicídio doloso e fraude processual, e um deles somente por fraude processual, de acordo com a Polícia Civil. Ao lado do carro, foram encontradas luvas ensanguentadas e uma arma. A chave do carro foi vista no porta-malas (veja fotos abaixo).

Jovem foi morto de madrugada (Foto: Janaína Carvalho/G1)‘Era um menino extremamente carinhoso e estudioso’, diz pai

Pai de uma das vítimas, Carlos Henrique diz que o filho Carlos Eduardo tinha acabado de concluir um curso de Petróleo e Gás e se preparava para tentar concurso para a Marinha. “Eles chegaram a levantar os braços para fora e gritaram que eram moradores, mas não teve jeito”, lamentou o taxista Carlos Henrique do Carmo Souza, 34 anos.

“Era um menino extremamente carinhoso e estudioso.  Recebi essa notícia agora de manhã quando estava saindo para trabalhar”, disse Carlos, que não mora na comunidade pois é separado da mãe de Carlos Eduardo.

Há 18 dias, ele teve outro familiar ferido vítima da violência. “Minha enteada estava na porta de casa brincando quando foi baleada na perna. Ela só tem oito anos e está com a bala alojada na perna. Minha esposa ficou desesperada. Agora isso com meu filho”, disse Carlos, visivelmente emocionado.

Jovem é uma das vítimas de ação em Costa Barros (Foto: Janaína Carvalho/G1)
Jovem é uma das vítimas de ação em Costa Barros

Para o padrasto de Cleiton, Jorge Vieira, 61 anos, os policiais não deram chance nem dos rapazes dizerem quem eram. “Nossos filhos vinham do Parque de Madureira e esses policiais não deram chance deles se defenderem. Não tenho nem palavras para falar. Minha mulher está em estado de choque”, afirmou Jorge, destacando que Cleiton tinha acabado de sair do quartel e estava trabalhando em um lava-jato com os outros dois irmãos.

Os familiares dos jovens querem fazer o sepultamento dos cinco amigos juntos.

“Eles estavam voltando para casa, se depararam com a PM, levantaram a mão, mas não adiantou. Receberam mais de 20 tiros, a maioria na cabeça. A gente não sabe o que levou a polícia a fazer isso. Com certeza confundiram”, afirma a madrasta de uma das vítimas.

PMs vão presos após 5 jovens serem mortos em carro no Subúrbio do Rio

Nota da Polícia Militar
O comando do 41º BPM (Irajá) abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para esclarecer as circunstâncias da ocorrência em Costa Barros, na noite deste sábado (28/11), envolvendo policiais do batalhão. Os agentes estão presos e serão transferidos para a Unidade Prisional. Os policiais responderão perante à Justiça comum e perante à Justiça Militar.

Nota da Polícia Civil
De acordo com a 39ª DP (Pavuna), os policiais militares Thiago Resende Viana Barbosa, Marcio Darcy Alves dos Santos e Antonio Carlos Gonçalves Filho foram presos em flagrante por homicídio doloso e fraude processual, e o policial Fabio Pizza Oliveira da Silva por fraude processual.

Ainda segundo a unidade, foi realizada perícia no local e os corpos de Roberto de Souza Penha, 16 anos, Carlos Eduardo da Silva de Souza, 16 anos, Cleiton Correa de Souza, 18 anos,  Wilton Esteves Domingos Junior, 20 anos e Wesley Castro Rodrigues, 25 anos, foram encaminhados para exame de necropsia no IML.  As armas dos policiais militares foram apreendidas e os veículos estão sendo periciados. Testemunhas estão sendo ouvidas.

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