O prefeito argumentou que precisa dos recursos, e que o corte não iria interferir tanto no evento.
A divulgação do comunicado da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) de não desfilar em 2018, caso a prefeitura mantenha a decisão de cortar pela metade a verba pública de subvenção, fez com que diversos sambistas começassem a compartilhar um cartaz chamando a população para as ruas. Na imagem, divulgada no fim da noite desta quarta-feira, há frases com versos da música “Não deixe o samba morrer / Não deixe o samba acabar” em um fundo preto, simbolizando uma espécie de luto. Alguns profissionais do carnaval ainda convocam para uma “batucada” na porta da sede do governo municipal, mas ainda sem datas.
Na noite desta quarta-feira, após reunião na sede da Liga com todos os dirigentes das agremiações, ficou decidido que a “redução do subsídio da prefeitura às agremiações inviabiliza o carnaval do ano que vem”. O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, afirmou que aguarda uma audiência com Crivella para decidir os rumos definitivos da folia de 2018.
– É muito angustiante. Vamos aguardar uma audiência com a prefeitura para tentar encontrar outra saída. Mas se o prefeito não voltar atrás, a apresentação fica inviabilizada – disse o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, acrescentando: – O carnaval traz muita receita para a cidade, é um investimento para a prefeitura. Entendemos as dificuldades que o prefeito tem para administrar, mas ele também tem que compreender que o carnaval é o maior ativo cultural do Rio.
Redução da verba
Após o anúncio de que o prefeito Marcelo Crivella pretende cortar à metade a subvenção distribuída às escolas do Grupo Especial, pelo menos cinco das 13 agremiações da elite do carnaval — União da Ilha, Mocidade, São Clemente, Mangueira e Unidos da Tijuca — ameaçaram ficar longe da Marquês de Sapucaí em 2018. Representantes do setor turístico e das escolas argumentam que o investimento do município no maior evento da cidade incrementa a economia do Rio. A festa, segundo cálculos da Riotur, movimenta R$ 3 bilhões no período, aumentando a arrecadação de impostos.
O prefeito Marcelo Crivella disse, na segunda-feira, que planeja cortar pela metade a subvenção concedida às escolas de samba do Grupo Especial a partir do carnaval de 2018. Os recursos das escolas seriam remanejados para dobrar as diárias pagas por criança às creches privadas conveniadas com a prefeitura.
Nos dois últimos anos (2016-2017), cada escola do Grupo Especial recebeu R$ 2 milhões da prefeitura. Com o corte, esse valor passaria para R$ 1 milhão por agremiação, que corresponde ao que cada escola recebeu há dez anos, em 2008. O prefeito argumentou que precisa dos recursos, e que o corte não iria interferir tanto no evento se os sambistas forem valorizados.
Rede TV Mais A Notícia da sua cidade!




