Nos últimos anos, a grande maioria dos presidentes da Câmara e do Senado tiveram (ou ainda têm) problemas com a Justiça.
Câmara e Senado escolherão no dia 2 fevereiro quem serão seus novos comandantes. Para chegar ao cargo, é preciso boa articulação política, dinheiro para a campanha e um discurso que mostre preocupação as demandas domésticas e corporativas. O que talvez não pese são enroscos com a Justiça. Favoritos, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) são citados na Lava Jato. Nada que fuja ao padrão. Levantamento feito pelo site de VEJA mostra que, dos últimos onze presidentes da Câmara, cinco foram citados na Lava Jato, dois são réus na Justiça Federal (um deles preso), um foi condenado por corrupção passiva e peculato, outro foi apanhado cobrando “mensalinho” de um restaurante da Casa e um teve bens bloqueados em ação de improbidade administrativa. Só um não tem encrencas visíveis no currículo. Já no Senado, dos últimos oito ocupantes da cadeira de presidente, cinco aparecem em delações da Lava Jato e há até quem tenha violado o painel eletrônico da Casa.
OS PRESIDENTES DA CÂMARA
Temer, Aécio, Cunha… a lista de gente enroscada é grande
Desde Arlindo Chinaglia (PT), entre 2007 e 2009, que a Câmara não tem um presidente livre de suspeitas graves na Justiça. De lá para cá, gente graúda, como o presidente Michel Temer e o deputado federal Eduardo Cunha, ambos do PMDB, foram citados ou acusados na Lava Jato. Cunha está preso. Temer espera a “delação do fim do mundo” da Odebrecht, mas, só na primeira colaboração divulgada, ele foi citado 43 vezes. A Lava Jato ainda pode atingir o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro do Turismo, Henrique Alves (PMDB) e os deputados Marco Maia (PT) e Aldo Rebelo (PCdoB).
OS PRESIDENTES DO SENADO
De ACM a Renan, grandes caciques em apuros
Nos últimos anos no Senado, ser presidente da Casa ou uma velha raposa da política nacional não foi o bastante para evitar aborrecimentos. Que o diga Antonio Carlos Magalhães, o poderoso ACM, obrigado a renunciar por escândalo envolvendo votações no Senado. Mesmo destino de outro medalhão, Jader Barbalho (PMDB-PA), também obrigado a abrir mão do cargo após investigação envolvendo a Sudam. O PMDB, que controla a Casa há muito tempo, tem na lista de ex-presidentes ameaçados pela Lava Jato nada mais nada menos que José Sarney, Renan Calheiros, Garibaldi Alves e Edison Lobão. E o favorito para vencer a eleição: Eunicio Oliveira.