Policiais reivindicam condições dignas de trabalho e pagamentos de salários atrasados.
Quem entra nas delegacias do Rio nos últimos meses, ficam assombrados com as condições impostas pelo Estado. Quem precisou fazer um registro de ocorrência nas delegacias do estado na manhã deste sábado teve que esperar até o meio-dia. Com o atraso no pagamento da categoria dos profissionais de segurança pública do Estado, que deveria ter sido quitada até esta sexta-feira, 10º dia útil do mês, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Rio (Sindelpol-RJ) decidiu fazer uma paralisação de quatro horas.
O Sindelpol decidiu que a partir desta segunda-feira, todos os dias, às 13h, todas as delegacias farão uma paralisação geral pelo período de uma hora. Esse foi o jeito encontrado pela categoria de protestar contra o estado pelo não pagamento do 13º. Apenas a Divisão de Homicídios e a unidade anti-sequestro estarão operando. Após as 16h está programado ainda a “Operação Basta”. Serão feitos apenas atendimentos básicos, como registros de ocorrências, perícias e autos de prisão.
A operação continuará até que seja pago o salário de dezembro da categoria. Até ontem, 10º dia útil e data limite para o pagamento, nada foi depositado para a Segurança Pública. As demais categorias ligadas à Polícia Civil farão uma assembleia no dia 16 e deverão adotar medidas semelhantes.
A Polícia Civil tem trabalhado sem nenhuma condição. O Estado deve para a gente o Plano de Meta que está há mais de um ano sem ser pago. Estamos sem 13º e, mesmo assim, temos trabalhado com dignidade. Toda semana tem operação — reclamou Rafael Barcia, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (Sindelpol).
Em nota oficial a Imprensa, a SINDEPOL, esclarece os motivos da paralisação:
A Chefia da Polícia Civil informou que não se manifesta sobre decisão de entidade de classe, mas afirma que os serviços emergenciais serão mantidos.
A falta de estrutura das delegacias é outra questão que prejudica o trabalho dos policiais. Delegacias estão trabalhando com frota reduzida. A toda hora falta combustível, temos delegacias que não têm sequer banco para as pessoas sentarem. Até produtos básicos, como papel higiênico, impressoras e água estão em falta. Alguns policiais compram garrafas d’água com seu próprio dinheiro. Como a polícia não recebe, até uma simples garrafinha já faz falta no orçamento de cada um.
A greve não é contra a população. É um movimento de alerta ao estado para que tome as devidas providências para dar condições dignas de trabalho a esses servidores. Pedimos, inclusive que, cada cidadão que tiver alguma ocorrência que possa aguardar para ser registrada, que aguarde. Estaremos operando com o mínimo de efetivo dos funcionários, como manda a lei, e dando prioridade para situações emergenciais, como homicídios ou sequestros”.
A Polícia Civil orienta ao cidadão que, em caso de necessidade de registrar uma ocorrência, se dirija a qualquer delegacia do estado ou faça seu registro através do no site do órgão, no endereço https://dedic.pcivil.rj.gov.br/. A Central de Atendimento ao Cidadão (CAC) também está disponível por meio dos telefones 2334-8823 e 2334-8835.